A obra Pérolas Conscienciais merece ser lida nos momentos de solidão. Não se trata da solidão lúgubre, de quem se retira do convívio social por arrogância, medo ou fuga da realidade. Refiro-me aos momentos de saneadora solidão, quando as grandes e silenciosas mudanças na condução da vida se operam. Quando deixamos de lado as válvulas de escape do mundo exterior e volvemos ao canteiro de obras do autoconhecimento e da auto-realização, despertando a essência divina pessoal, mediante o exercício ponderado e íntimo da reforma moral, da reciclagem direcionada a valores cosmoéticos e da adaptabilidade a novas perspectivas comportamentais e intelectuais sadias.
Apenas nesses instantes de solidão fecunda podemos ouvir com limpidez a consciência ética interior, sem, portanto, a interferência das susceptibilidades artificiais fomentadas pelos mecanismos de defesa e legitimação do ego, vigentes enquanto o espírito esquece que é espírito e confunde a si mesmo com os diferentes personagens e as fragmentárias personalidades que criou e vivenciou em seu multimilenar aprendizado no educandário terrestre, para representá-lo nos distintos ambientes de coexistência em sociedade, na esfera pública e privada, em diversas épocas e locais, ao sabor da nossa capacidade de se posicionar perante o intricado tabuleiro dos vínculos cármicos, das relações interpessoais e das tendências culturais a que estivemos expostos ao longo da roda reencarnatória.
Em Pérolas Conscienciais encontramos a poesia que invoca simplicidade existencial, ladeada por elegante concerto de meditações, entremeado por toques elucidativos de precisão cirúrgica. Os autores, o casal de docentes e pesquisadores, Dalton Campos Roque e Andréa Lúcia da Silva, singram o mar da espiritualidade com sentimentos elevados e discernimento apurado, imunes aos artifícios da castidade doutrinária e do exclusivismo institucional, às margens das formulações padronizadas da sociedade de consumo. Ambos comprovam que se pode aliar literatura refinada à preocupação com questões existenciais, ao transcenderem, de forma enriquecedora e equilibrada, as meras preocupações estéticas. O compêndio de poemas, crônicas e artigos encartados nestas Pérolas Conscienciais certifica a possibilidade de se prestar esclarecimento consciencial condimentado pela verve poética e pelo calor humano.
Compulsando esta obra de profundas, porém, sóbrias tonalidades autobiográficas (depuradas, por conseguinte, da auto-indulgência de expressiva parcela das narrativas confessionais), revisitamos as páginas de nossa jornada evolutiva, arquivos da alma que nos remetem a recordações intuitivas de cursos preparatórios executados na extrafisicalidade, às esperanças depositadas às portas desta reencarnação e ao ambiente de camaradagem e fraternidade que deixamos na pátria espiritual, ao mesmo tempo em que vêm em mente as etapas vencidas e vincendas do processo de adaptação à existência intrafísica e do conseqüente ajustamento ao programa encarnatório.
Em suma, o leitor tem em mãos livro escrito com amor, inteligência e despojamento, cujo conteúdo, sem exagero, corresponde às melhores expectativas.
Manaus, 11 de setembro de 2006.
Hidemberg Alves da Frota - Advogado. Escritor, Pesquisador em Direito Público.
Apenas nesses instantes de solidão fecunda podemos ouvir com limpidez a consciência ética interior, sem, portanto, a interferência das susceptibilidades artificiais fomentadas pelos mecanismos de defesa e legitimação do ego, vigentes enquanto o espírito esquece que é espírito e confunde a si mesmo com os diferentes personagens e as fragmentárias personalidades que criou e vivenciou em seu multimilenar aprendizado no educandário terrestre, para representá-lo nos distintos ambientes de coexistência em sociedade, na esfera pública e privada, em diversas épocas e locais, ao sabor da nossa capacidade de se posicionar perante o intricado tabuleiro dos vínculos cármicos, das relações interpessoais e das tendências culturais a que estivemos expostos ao longo da roda reencarnatória.
Em Pérolas Conscienciais encontramos a poesia que invoca simplicidade existencial, ladeada por elegante concerto de meditações, entremeado por toques elucidativos de precisão cirúrgica. Os autores, o casal de docentes e pesquisadores, Dalton Campos Roque e Andréa Lúcia da Silva, singram o mar da espiritualidade com sentimentos elevados e discernimento apurado, imunes aos artifícios da castidade doutrinária e do exclusivismo institucional, às margens das formulações padronizadas da sociedade de consumo. Ambos comprovam que se pode aliar literatura refinada à preocupação com questões existenciais, ao transcenderem, de forma enriquecedora e equilibrada, as meras preocupações estéticas. O compêndio de poemas, crônicas e artigos encartados nestas Pérolas Conscienciais certifica a possibilidade de se prestar esclarecimento consciencial condimentado pela verve poética e pelo calor humano.
Compulsando esta obra de profundas, porém, sóbrias tonalidades autobiográficas (depuradas, por conseguinte, da auto-indulgência de expressiva parcela das narrativas confessionais), revisitamos as páginas de nossa jornada evolutiva, arquivos da alma que nos remetem a recordações intuitivas de cursos preparatórios executados na extrafisicalidade, às esperanças depositadas às portas desta reencarnação e ao ambiente de camaradagem e fraternidade que deixamos na pátria espiritual, ao mesmo tempo em que vêm em mente as etapas vencidas e vincendas do processo de adaptação à existência intrafísica e do conseqüente ajustamento ao programa encarnatório.
Em suma, o leitor tem em mãos livro escrito com amor, inteligência e despojamento, cujo conteúdo, sem exagero, corresponde às melhores expectativas.
Manaus, 11 de setembro de 2006.
Hidemberg Alves da Frota - Advogado. Escritor, Pesquisador em Direito Público.
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