6 Grandes Mitos do Churrasco




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“Todo brasileiro gosta de futebol, de samba e sabe fazer churrasco.”
Essas são três lendas que correm o mundo para identificar um brasileiro, porém todos nós conhecemos alguém que odeia futebol,
não suporta samba, mas todo brasileiro sabe fazer churrascooops, não é bem assim.

Existem algumas lendas e mitos do churrasco e carnes podem prejudicar a execução do seu bom churrasco.

churrasco

6 grandes mitos do churrasco


1) Usar carne de primeira ou carne de segunda

gado-de-primeira

Como diria o saudoso Marcos Bassi, a divisão por carne de primeira ou carne de segunda é um erro que só é cometido no Brasil.
Não existe uma carne com melhor qualidade que outra se fizer parte do mesmo boi.
O traseiro e o dianteiro do boi, recebeu a mesma alimentação, condições climáticas, medicamentos e abate.
Precisamos falar que existem gado de primeira ou gado de segunda.
Um acém (dita popularmente como carne de segunda), tem a mesma qualidade que uma picanha (carne popular no churrasco brasileiro).
Que uma paleta (pata dianteira) tem a mesma qualidade que um pernil (pata traseira).

2) Picanha com mais de 1kg é ruim

picanha

Já que falamos de picanha acima, podemos falar sobre o peso dela.
Ou melhor, podemos falar sobre o peso das carcaças dos bois abatidos.
Ao levarmos em consideração as diversas raças de gado, existem as maiores e as menores – assim como os cães.
Se consideramos uma carcaça da raça nelore (a raça predominante no Brasil),
com peso médio entre 450 e 500 Kg e consideramos uma carcaça da raça angus com peso médio entre 700 kg e 1000kg,
com a informação que a picanha equivale a aproximadamente 1,5 % do peso total da carcaça,
teremos picanhas de 0,750 kg e 1,5kg respectivamente,
sendo que a de 1,5Kg é reconhecidamente, uma carne de melhor resultado que a primeira.

3) Carne maturada é mais macia que a carne não maturada

angus

Simplificando o processo ao extremo, na maturação a carne passa por um processo de amadurecimento em baixa temperatura (qualquer temperatura entre -1o C e 45o C – geralmente o processo ocorre a 7o C) , o que faz com que, entre outros benefícios,

as enzimas amoleçam a carne, sem oxidação por conta do vácuo.

Acontece que além dos benefícios (amaciamento, potencialização de sabores e suculência e odor da carne), a carne maturada de forma descontrolada ou armazenada de modo incorreto perdem todas os benefícios e liberam sucos (carne não tem sangue) dentro da embalagem à vácuo e reativam as enzimas, fazendo com que o odor e o aspecto da carne sejam de putrefada.

Se compararmos a maciez de uma carne maturada com a maciez de uma carcaça de primeira, teremos praticamente o mesmo resultado, sem o risco de          desenvolvimento dos microrganismos patogênicos causadores de doenças.



4) Red Angus é melhor que Black Angus ou vice e versa

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A raça Angus é uma raça de bovinos, originário do Nordeste da Escócia, destinado à produção de cortes de qualidade superior.
Existem registro do aprimoramento da raça com mais de 200 anos e pode ser encontrado na variedades Aberdeen Angus (Black Angus) e Red Angus.

No que diz respeito à carne produzida a partir dessas duas raças, a única diferença é a pelagem. Isto é, a carne de ambas as raças tem as mesmas categorias e classificações – conforme conversei com o Renato Galindo – Gerente de Linhas Especiais da Marfrig.

A diferença entre as raças está em fatores de criação, como maturidade sexual e desenvolvimento de matrizes

5) Picanha de boa qualidade em promoção

Promoção de picanha nunca existirá se a carne for boa.
Picanha tem 1% do peso da carcaça do boi – não tem como custar apenas 20 reais o kg

Ao considerarmos o peso médio de um boi gordo (pronto para o abate) da raça Angus, como 500kg (apenas para efeitos de amostragem matemática e considerando o valor da arroba em fevereiro de 2015 no valor arredondado de R$ 140,00 temos o valor do boi gordo em aproximadamente R$ 4.620,00.

A picanha é responsável por aproximadamente 1,5% do peso total do boi gordo.

Temos então um CUSTO de R$ 69,30. Aplicando os custos de transporte, armazenamento e margem de lucro dos envolvidos no processo, o preço de mercado dessa peça é algo próximo a R$ 100,00 o kg.

Se aplicarmos a mesma fórmula para um gado Nelore, com peso médio de 250kg,
temos um custo do boi gordo de R$ 2.300,00, o que gera uma picanha de aproximadamente R$ 34,50 de custo NO PRODUTOR.


6) Quanto mais grosso o sal, melhor

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O sal ser grosso, não é necessariamente um benefício.

É uma qualidade, que ora pode ser positiva, ora pode ser negativa.

O grande segredo do uso do sal, é que ele seja uniforme.

Utilizar um sal grosso sem uniformidade, fará com que ele penetre e tempere a carne de forma irregular e certamente sobrarão “pedaços de sal” na parte externa da carne – sendo necessárias as famosas batidas na carne, para tirar o excesso de sal.

Atualmente temos no mercado, diversas marcas que se preocupam com a uniformidade do sal (por exemplo o “sal de parrilla” usado pelo meu amigo Andre de Luca, chefe do saudoso BOS BBQ), que garantem a penetração do sal por igual.

Um segredo – em alguns cortes, eu utilizo sal fino no lugar do sal grosso.

E você? Tem algum mito de churrasco para quebrar também? Use os comentários para coloca-los em discussão.

Fotos: Divulgação

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