Gays que 'saem do armário' ainda na escola viram adultos mais felizes, diz estudo
Tentativa de esconder orientação sexual leva a abusos e depressão, segundo autores da pesquisaPOR REUTERS
11/02/2015 10:21 / ATUALIZADO 11/02/2015 10:28
Lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros têm mais auto-estima e sofrem menos de depressão no início da vida adulta se "saírem do armário" ainda na adolescência, de acordo com um novo estudo. Tentativas de esconder a orientação sexual são em geral mal-sucedidas, e o resultado é mais abuso e mais depressão, dizem os autores da pesquisa publicada no "American Journal of Orthopsychiatry".
O que é necessário, segundo o pesquisador Stephen Russel, que liderou o estudo, são "ambientes favoráveis para que os jovens possam se conhecer e ser sinceros com quem eles são". Pesquisas anteriores já mostravam que adultos têm uma melhora de qualidade de vida depois de deixar clara a sua orientação sexual, mas havia poucas evidências de como sair do armário ainda na escola poderia influenciar nesse bem-estar.
A questão chamou a atenção de Russel, que é um especialista em saúde mental adolescente na Universidade do Arizona em Tucson, quando uma escola na Flórida tentou impedir estudantes de formar um "grupo de aliança" entre héteros e gays para criar um ambiente favorável a adolescentes homossexuais.
O estudo recém-publicado analisou 245 jovens adultos LGBT na Califórnia, com idades de 21 a 25 anos, que disseram ter sido abertos sobre sua homossexualidade desde a idade escolar. Sem nenhuma surpresa, os pesquisadores perceberam que muitos deles foram alvos de abusos como bullying, mas isso acontecia também com aqueles que tentavam esconder sua orientação.
Mas, depois de superar essa agressividade, as pessoas que saíram do armário ainda na escola se sentiam mais felizes no início da vida adulta, em comparação com aqueles que ficaram dentro do armário. O estudo, segundo os próprios autores, não garante que abraçar sua homossexualidade na adolescência leva a um amadurecimento feliz em todos os casos, mas os pesquisadores pretendem estender o trabalho ouvindo cerca de 900 participantes.
A pesquisa, de acordo com a coautora Caitlin Ryan, sugere que as escolas precisam ter funcionários preparados e regras divulgadas para proteger todos os alunos que estiverem lidando com dúvidas sobre sua orientação sexual ou que estejam dispostos a deixar claro que são gays.
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