Lula nunca desceu do palanque, mas agora é recebido com panelaço

Lula nunca desceu do palanque, mas agora é recebido com panelaço




Estava eu passeando pela Ikea nesta terça quando me deparo com a sessão de panelas. Peguei uma e dei aquelas batidinhas para ver o som. Sem saber, estava participando, a léguas de distância, de mais um e do maior panelaço contra o PT que o Brasil já fez. A barulheira tomou conta de várias cidades enquanto o ex-presidente Lula mentia na televisão, bancava a oposição ao próprio governo, colocava-se contra o ajuste fiscal e à terceirização que sua própria criatura deseja.

Lula sempre foi palanqueiro. O homem nunca conseguiu descer do palanque, pois nunca gostou de trabalhar de verdade. Seu lance é a retórica, o discurso inflamado, a rebeldia destrutiva, oportunista. Trata-se de um mero agitador de massas, que manipula o povão enquanto toma uísque caro ou vinho refinado com “as elites”. Assim é Lula: um homem sem caráter capaz de fingir-se oposição da própria criatura, que dizia ser ele mesmo em outra forma durante a campanha.

Mas algo mudou e Lula ainda não percebeu. Seu carisma tem limites, ao contrário de sua vaidade. Ele não entendeu que muito de seu poder residia nos ventos favoráveis vindos de fora, do crescimento chinês que puxava o preço das commodities que o Brasil exporta. Já comparei Lula com Eike Batista em coluna do GLOBO, concluindo se tratar de fenômenos análogos, um na política e o outro na economia, ambos alçados ao panteão dos “gênios” por fatores exógenos. Tudo mentira.

O ex-metalúrgico pode achar que intimida a oposição, pode ameaçar com sua volta, com o retorno do Nosso Guia, mas nada disso surte o efeito esperado. O Brasil cansou, e a economia não joga mais a favor. Ao contrário: a indústria, que gera melhores empregos, não para de sofrer, e acaba de apresentar o pior resultado desde 2006, com forte queda na atividade. O país está em crise, e a população sabe o culpado: o lulopetismo.

A reação dos petistas diante disso pode ser a negação da realidade, pois muito dolorosa. Podem desejar crer que é coisa apenas da elite, de São Paulo, mas o fato é que as panelas falam mais alto e seu barulho não pode ser ignorado, até porque corrobora as pesquisas de opinião. Ninguém mais aguenta o cinismo do PT e de Lula, as mentiras de Dilma, as propagandas do marqueteiro que também é investigado pela Polícia Federal (que atração forte entre PT e crime!).

Mudou o povo, mudou o PMDB. Os senadores e deputados do “centrão” perceberam que não dá mais para deixar o PT adotar um discurso e fazer o oposto nos bastidores. Não vão assumir o fardo das reformas necessárias após as trapalhadas do PT e deixar o partido de Lula livre para repetir suas bravatas de eterna oposição ao “sistema”. Vão cobrar um mínimo de coerência do PT, aquilo que mais apavora quem vive no palanque.

Lula já era. Acha que ainda consegue mobilizar as pessoas com brados indignados contra o governo, como se não fosse ele mesmo o governo. Os indignados agora estão contra Lula e seu PT, contra Dilma e seu governo. Restará a Lula, se não acabar preso, viver no palanque, vociferando contra tudo e todos, mas longe do poder. Para o bem do Brasil.

Rodrigo Constantino
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