Nossa Senhora de Kopa Kawana: a santa boliviana que deu nome ao bairro do Rio

Nossa Senhora de Kopa Kawana: a santa boliviana que deu nome ao bairro do Rio

A história começou quando uma imagem foi trazida para a cidade, no final de 1500, por um peruleiro

Quando os espanhóis chegaram na Bolívia, encontraram uma divindade sendo cultuada pelos Incas, chamada Kopakawana.



Segundo reza a lenda, Nossa Senhora teria aparecido para Francisco Yupanqui, no mesmo local da divindade.



Obviamente, tornou-se Nossa Senhora de Copacabana da Bolívia.


Com a chegada dos mercadores de prata bolivianos no final do século XIX, a santa veio junto. Estabeleceram-se no Rio.



Os "prateiros" fixaram-se em Sacopenapã, como era conhecida a Copacabana de hoje e construíram uma capela - 1890.


A Capela ficou conhecida e deu nome ao bairro. Virou igreja e ficava onde é hoje o Forte de Copacabana.



Em 1914 a igreja de N.S de Copacabana foi demolida para dar lugar ao Forte de Copacabana, que começou a ser construído



Hoje em dia esta é a imagem do local onde havia a Igreja.



O Rio de Janeiro era pobre. Muito pobre. Nos primeiros dois séculos de Brasil, faziam-se fortunas lá para o norte do Recôncavo Baiano, com cana-de-açúcar. No Sudeste, a terra dava cana ruim. O negócio que sobrava aos cariocas era o contrabando. Traficavam de tudo: roupas de bom linho, utensílios domésticos e, principalmente, escravos africanos. O destino era o Potosí, a montanha boliviana onde os espanhóis encontraram uma imensa quantidade de ouro e prata. E foi assim que, em algum dia perdido no final dos 1500, veio parar no Rio de Janeiro uma imagem da Nossa Senhora de Kopa Kawana.
Os primeiros traficantes cariocas eram chamados peruleiros. Sua rotina, o ir e vir do Rio ao Vice-Reino do Peru. E foi, muito provavelmente, um destes peruleiros que trouxe para a cidade aquela santa de sua devoção. Sua primeira morada foi um dos altares laterais da Igreja da Misericórdia, na Santa Casa. Tinha a pele morena, a estatueta, e um vestido azul claro e dourado. Uma Nossa Senhora à imagem de princesa inca.

Sincretismo religioso na veia. Kopa Kawana era um deus que os incas idolatravam à beira do lago Titicaca. A palavra quer dizer lugar luminoso ou mirante do azul, os etimologistas debatem. A representação daquele deus, feita em ouro, tinha roupas num tom turquesa. Com a chegada dos espanhóis e a implantação do catolicismo, o deus se metamorfoseou em Santa Maria. E a palavra, pelo filtro castelhano, tornou-se Copacabana.














O doutor Figueiredo Magalhães, médico de renome e residente no bairro, o recomendava a pessoas convalescentes, para repouso e, assim, cresceu o número de seus habitantes. Entretanto, somente com a inauguração de um túnel no Morro de Vila Rica (Túnel Velho), em 6 de julho de 1892, pela Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico (atual Light), entre Copacabana e Botafogo, o bairro começou a se integrar ao resto da cidade.

Com a ampliação das linhas de bonde até o Forte do Leme e à Igreja de Nossa Senhora de Copacabana (onde hoje fica o Forte de Copacabana), o bairro foi ganhando ruas e casas, fator acentuado ainda mais com a inauguração da Avenida Atlântica em 1906, na orla do bairro.

Em 1923, foi inaugurado, na Avenida Atlântica, o Hotel Copacabana Palace, que se tornou um dos símbolos do bairro e da cidade.


Copacabana Palace.



Anos 50, postal de foto da Avenida Atlântica com o Hotel Copacabana Palace



Copacabana - década de 20



Praia de Copacabana, 1956.



















Túnel velho.







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