Mentes brilhantes são sarcásticas, define estudo

Mentes brilhantes são sarcásticas, define estudo

De acordo com pesquisadores franceses, o sarcasmo estimula a criatividade e ainda ajuda a mente a solucionar problemas intelectuais

29/07/2015 às 18:17 - Atualizado em 29/07/2015 às 18:17
Hugh Laurie no papel do Dr. Gregory HouseGregory House, interpretado pelo ator Hugh Laurie, é um médico sarcástico e bastante criativo para fazer diagnósticos e curar doenças na série americana de televisão "House".(VEJA.com/Divulgação)
O sarcástico escritor inglês Oscar Wilde (1854-1900) costumava dizer que "sua ironia era perdida com os estúpidos". Um estudo científico comprovou a intuição de Wilde. Segundo a pesquisa do Insead (escola francesa especializada em negócios; uma das mais importantes do mundo nesta área), pessoas sarcásticas são até três vezes mais inteligentes e criativas que aquelas que fazem e recebem comentários diretos e sinceros.
Publicada no periódico Organizational Behavior and Human Decision Processes, a análise revela que o sarcasmo pode ser considerado bastante saudável, pois fazer e entender comentários desse tipo exige que o cérebro faça uma busca por pensamentos abstratos e subjetivos, ação que contribui para o aumento da criatividade.
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"Forma superior de pensamento" - Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores realizaram diversas experiências com 300 homens e mulheres. Em uma delas, foram exibidos comentários sarcásticos ou sinceros para os participantes. Depois, cada um deles foi submetido a um teste psicológico para medir a criatividade. Nessa etapa, os componentes da pesquisa visualizaram fotos de uma vela, de uma caixa de pregos e de uma caixa de fósforos. Os objetos estavam em uma mesa ao lado de uma parede.
O desafio dessa fase era o seguinte: os participantes deveriam encontrar uma maneira de prender a vela na parede sem que a cera pingasse na mesa quando o objeto estivesse queimando. A solução para o enigma era esvaziar a caixa de pregos, fixá-la na parede, colocando a vela dentro do caixote. Para os pesquisadores, esse teste exigia muita criatividade, já que é preciso ver além dos instrumentos, ou seja, visualizar outros meios de usá-los que não sejam pela função primária dos itens.
Os resultados mostraram que 75% dos participantes que foram alvo de comentários sarcásticos (e entenderam as observações) encontraram a solução correta para o enigma. Mas apenas 25% daqueles expostos a pontos de vista sinceros acertaram o desafio. Além disso, 64% dos componentes que fizeram observações com sarcasmo também conseguiram acertar.
Para Li Huang, líder do estudo e professora de comportamento organizacional do Insead, "o sarcasmo pode estimular a criatividade, a concepção de ideias e a forma de solucionar problemas. Descobrimos que ele certamente catalisa uma maneira superior de pensamento."
Diversos estudos comprovam que o senso de humor é uma forma de o cérebro resolver situações complexas e paradoxais de maneira inusitada, estimulando a inteligência. Entre as diversas formas de humor estão a ironia e o sarcasmo. De acordo com os pesquisadores franceses, o sarcasmo é um tipo de ironia que permite com que o cérebro se exercite, já que, para entender as declarações, é preciso compreender observações paradoxais, estimulando o pensamento abstrato e a capacidade criativa.
(Da redação)

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