COM DEPRESSÃO ME MATEI

COM DEPRESSÃO ME MATEI

Por que esse choro, por que essa aflição? Você tem de tudo é jovem, feliz... O que mais você quer?
Era isso que todo mundo que me conhecia falava para mim. Eu era um trapo humano, só chorava e queria morrer para ver se tudo isso acabava. A depressão me consumia.

Cada dia que passava era um tormento. As noites um pesadelo. Eu era uma jovem, que aos olhos dos outros nada me faltava. Mas me faltava algo que ninguém percebia. Era uma força interna, capaz de me sustentar. Eu era vazia... Não tinha sonhos, só pesadelos. Até que um dia eu resolvi liquidar com tudo isso, e me matei.

Aí sim, sofri, sofri e sofri muito. Aquilo que eu havia sofrido em vida não era nada perante meu sofrimento após a morte. Achava que estava viva e as dores me dilaceravam. Aí sim, não tinha ninguém para me perguntar o “porquê” daquele sofrimento. Só me acusavam de covarde, de fraca, e inconsequente. Eu não conseguia nem chorar, porque não deixavam. Tinha sede e fome, mas nada para me saciar. 

Aí pensei em minha mãe, como ela teria ficado sem mim? E eu a vi e a ouvi: Filha malvada, egoísta que só pensou em si. Tudo fiz para ajudar. Paguei os melhores psiquiatras, comprei remédios caros. Procurei ajudar o quanto podia. E qual foi a resposta que me deu? Matou-se. Agora nada mais poderei fazer, pois quem está em depressão sou eu. Só que com ajuda de Deus eu não vou praticar o ato que você praticou. Lavo minhas mãos, pois não posso ajudá-la.
Hoje eu estou bem melhor, pois ao me sentir só e vendo que minha mãe teria ajuda de Deus, procurei também buscar Deus para mim. 

Apresentou-se a mim uma pessoa bondosa, que carinhosamente me pegou em frangalhos e me levou para um lugar onde pude ser lavada, tratada, alimentada e onde fui morar por uns tempos. Muitas pessoas como eu lá estavam: uns em recuperação, outros tresloucados que mal sabiam o que havia acontecido, mas todos sem exceção eram suicídas como eu.

De tempos em tempos tínhamos a obrigação de levarmos alimentos e agasalhos para eles. E quando um ou outro se recuperava, nós também nos melhorávamos.
Tivemos uma ocasião em que numa reunião espiritual pudemos expor nossas situações de encarnados (na encarnação anterior) e vimos que era uma prova que tínhamos que passar, pois fomos suicidas em outras vidas, mas sucumbimos. 

Vamos fazer um curso aperfeiçoamento moral em que vamos ser instruídos para uma nova encarnação, com provas mais severas. Mas temos certeza que Deus não vai nos desamparar.
Queremos com essa carta dizer a vocês: Valorizem a encarnação, por pior que ela seja. As provas passam, e são levadas como folhas ao vento. Somem e nem percebemos. Quando vier a tentação não devemos vacilar em pedir ajuda aquela pessoa ao nosso lado. O orgulho é benéfico, mas tenhamos a humildade de dizer ao outro: Estou sofrendo me ajude!


Cris. Um espirito suicida aos 19 anos.



Psicografia recebida dezembro 2015.
Médium: Catarina.

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