Zika: Brasil regista sete mil casos de microcefalia, 1.113 por infeção congénita

Zika: Brasil regista sete mil casos de microcefalia, 1.113 por infeção congénita

Mais de sete mil casos de microcefalia foram detetados no Brasil até 09 de abril e pelo menos 1.113 terão sido provocados por infeção congénita com o vírus do Zika, informa a Organização Mundial da Saúde (OMS).


Segundo o relatório semanal sobre a situação da epidemia de Zika, divulgado pela OMS na quinta-feira à noite, entre 22 de outubro do ano passado e 09 de abril deste ano, o Brasil registou 7.015 casos suspeitos de microcefalia ou malformações do sistema nervoso central, o que contrasta com o período entre 2001 e 2014, durante o qual se registava uma média anual de 163 casos.
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Destes 7.015 casos, 3.179 foram já investigados e em 1.113 e há indícios de infeção congénita.

Entre os casos de bebés com microcefalia e/ou malformações do sistema nervoso central, registaram-se 235 mortes antes ou depois do parto, 50 das quais tinham malformações potencialmente provocadas por infeção congénita.

A nível mundial, o número de casos de microcefalia ou malformações do sistema nervoso central potencialmente provocados por infeção congénita é de 1.138 em sete países, incluindo o Brasil, Cabo Verde (dois casos), a Colômbia (sete casos), a Polinésia Francesa (oito casos), Martinica (três casos), Panamá (três casos), a Eslovénia (um caso) e os EUA (um caso).

Nestes dois últimos, a infeção terá ocorrido em viagens ao Brasil.

Em Cabo Verde, até 11 de abril, foram realizadas análises preliminares a 878 amostras de casos suspeitos de Zika, entre os quais 203 deram positivo.

No total, 113 grávidas no país fizeram análises serológicas e moleculares, tendo-se confirmado a infeção com o vírus do Zika.

A OMS escreve que, baseando-se num crescente número de investigações, há consenso científico de que o vírus do Zika provoca microcefalia, síndroma de Guillain-Barré (SGB) e outras malformações fetais.

No contexto da circulação do vírus, 13 países ou territórios em todo o mundo registaram aumentos dos casos de SGB e/ou confirmação laboratorial de infeção por Zika em casos de SGB.

No Brasil, registou-se um total de 1.708 casos de SGB em 2015, o que representa um aumento de 19% face ao ano anterior (1.439).

O relatório semanal da OMS indica ainda que o número de países e territórios com transmissão do vírus do Zika aumentou na última semana, com o surgimento de novos casos no Belize e em Santa Lúcia, no Caribe.

Entre 01 de janeiro de 2007 e 13 de abril de 2016, a transmissão do vírus do Zika foi documentada em 64 países e territórios, sendo que 42 deles têm estão a viver desde 2015 um primeiro surto da doença, sem evidências anteriores de circulação do vírus e com transmissão contínua através de mosquitos.

O vírus do Zika, transmitido pelo mosquito 'Aedes aegypti', provoca sintomas gripais benignos, mas está também associado a microcefalia, doença em que os bebés nascem com o crânio anormalmente pequeno e défice intelectual, assim como ao síndroma de Guillain-Barré, uma doença neurológica grave.

O Brasil, o país mais afetado pelo surto de Zika, já registou mais de um milhão e meio de casos.


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