Dilma lançará "pacotaço" em ato do trabalho

Dilma lançará "pacotaço" em ato do trabalho

Reajuste no IR e no Bolsa Família é anunciado em meio a processo no Senado; grupos protestam no 1º de Maio


Às vésperas da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, as principais centrais sindicais do País vão medir forças e marcar lados antagônicos nos atos convocados por ocasião do Dia do Trabalho, hoje. De um lado, sindicatos e trabalhadores contra o impeachment da presidente esperam 100 mil pessoas no ato no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo.

Dilma e o ex-presidente Lula confirmaram presença. Ele deve falar às 13h, e ela, às 14h, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora do evento. Outras lideranças petistas, como o prefeito Fernando Haddad, também foram convidadas.

Dilma pediu aos subordinados, ao longo da semana, um "pacote de bondades" para anunciar no 1º de Maio. Entre elas, a presidente deve divulgar reajustes de cerca de 5% na tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e nos benefícios do Bolsa Família.

A petista tomou a decisão anteontem, mesmo frente a resistências da equipe econômica, que avaliava não haver margem para novos gastos. Diante da possibilidade de ser afastada, Dilma quer acenar às bases sociais e contrapor o vice-presidente Michel Temer, que mira um pente-fino em programas sociais.

"Queremos atingir o maior número de pessoas possível para denunciar o golpe", afirma o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, que diz acreditar que a aglomeração pode influenciar o voto de senadores contra a admissibilidade da deposição. A votação deve ocorrer no dia 11 de maio. O evento da CUT começa às 10h. À tarde, haverá shows de artistas que se posicionaram anti-impeachment, como Beth Carvalho, Martinho da Vila e Chico César.

Força Sindical


No lado oposto do espectro político, a Força Sindical organiza manifestações na zona norte de São Paulo, com presença confirmada de deputados federais que fizeram campanha pelo impeachment, como Carlos Sampaio (PSDB-SP), André Moura (PSC-SE), Major Olímpio (SD-SP), e Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que em 2015 participaram das festas de 1º de Maio da Força Sindical, neste ano não devem comparecer.

"Em vez de chamar estrelas, preferimos dar preferência a nomes que brilharam na condução do processo de impeachment", justifica o presidente da central e deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, um dos principais articuladores do impeachment de Dilma na Câmara, e aliado de Eduardo Cunha. (Folhapress)

Comentários