Como a inteligência artificial pode nos salvar de um apocalipse-robô

Como a inteligência artificial pode nos salvar de um apocalipse-robô

Katherine Noyes, IDG News Service-14/07/2016 - 11h47

Para pesquisadores, tecnologia precisa ter uma espécie de consciência, se relacionar com humanos enquanto aprendizes e não ferramentas

Muitas das preocupações ao redor da inteligência artificial defendem que a tecnologia pode reservar potenciais perigos, incluindo, a segurança humana. No entanto, pesquisadores da área estão pensando à frente e fazendo planos para que isso não aconteça.

Em particular, cientistas defendem a importância de imprimir uma espécie de consciência humana à inteligência artificial, algo que se tornou primordial no campo de pesquisa, ganhando status especial como tema oficial da International Joint Conference, que acontece essa semana em Nova York, EUA.


“É crucial que nós fabriquemos sistemas inteligentes para trabalhar bem com pessoas”, ressalta Barbara Grosz durante um painel do evento. “É imperativo e não uma opção”. A inteligência artificial deve ser um complemento para a inteligência humana, não um substituto, diz Grosz.

Como a habilidade de entender quem está interagindo e responder de acordo, assim como explicar as decisões que toma, é essencial. “A inteligência humana tem raízes profundas na interação social”, diz a pesquisadora. “Sem progresso no desenvolvimento de uma consciência humana na I.A., em muitas situações essa tecnologia não será inteligente”, completa.

Outros especialistas da área também concordam com a cientista. Enquanto algumas de nossas qualidades se baseiam na compaixão, nos juízos de valor e na compreensão dos benefícios sociais, a inteligência artificial permite a detecção de padrões e anomalias e análises de dados, ressalta Guruduth Banavar, vice-presidente de computação cognitiva na IBM Research. 


Humanos e máquinas trabalhando juntos têm o potencial para “escalar a especialidade em muitos campos”, complementa. Para que isso aconteça, as habilidades-chave da tecnologia em consciência humana na I.A. incluem tanto autonomia e a habilidade de operar em ambientes coletivos com um foco compartilhado, explica Kenneth Forbus, um professor na Northwestern University.

Outras características importantes são “linguagem suficiente para expressar hipóteses e crenças” ao lado da habilidade de construir modelos da intenção de outros e um forte interesse em ajudar e ensinar, diz.

Em geral, inteligência artificial com consciência humana deve se relacionar com humanos como se fossem aprendizes e não uma ferramenta e aprender e adaptar com o tempo, indica Forbus.

A professora Manuela Veloso, da Carnegie Mellon, destaca as implicações de uma inteligência artificial consciente para robôs móveis, tema de sua pesquisa na universidade. Tais robôs podem ser projetados para entregar encomendas em um escritório ou para acompanhar humanos de um escritório a outro. às vezes, eles precisam de ajuda humana, como para entender uma ordem ou mesmo apertar um botão de elevador. Para eles, planejamento baseado em uma experiência humana poderia indicar escolher uma rota que não é somente a melhor em termos de minimizar distâncias, mas também a melhor em termos de potencial de disponibilidade de ajudantes humanos, explica Manuela.

Além disso, é importante para tais robôs a transparência, no sentido de revelar o status interno da máquina. “Uma pessoa apenas consegue supor isso ao olhar o que o robô está fazendo”, explicou Veloso.

Sinais como luzes e a habilidade de articular o que estão fazendo poderia ajudar humanos a entendê-los melhor, explica a pesquisadora, mas isso ainda se mantém como um obstáculo.

De forma geral, participantes na conferência minimizaram muitos dos medos comuns sobre a inteligência artificial, particularmente dado ao fato de que toda pesquisa e desenvolvimento ainda precisam acontecer.

“Nós precisamos inventar esse futuro”, diz Subbarao Kambhampati, professor na Arizona State durante coletiva de imprensa. “Por que inventar um que seja distópico?”, questiona.

Fonte: http://idgnow.com.br/internet/2016/07/14/como-a-inteligencia-artificial-pode-nos-salvar-de-um-apocalipse-robo/

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