Por que matam indiscriminadamente tantos inocentes?

Por que matam indiscriminadamente tantos inocentes?

A loucura se tornou epidêmica e está sendo sistematicamente utilizada como arma de guerra.

Por Roberto Oliveira 17/07/2016 - 09:59 hs

Como toda moeda, há sempre dois lados.

O mundo está em pânico e atordoado. A todo instante somos surpreendidos por notícias terríveis de alguma atrocidade praticada por um louco qualquer, em alguma parte do planeta.

Passamos por um período crítico de nossa história. A loucura se tornou epidêmica e está sendo sistematicamente utilizada como arma de guerra. Vários elementos sociais convergem e potencializam este movimento insano e covarde.

A falta de esperança em um mundo melhor, a pobreza, a intolerância racial e religiosa, os interesses econômicos diversos e a sede de poder, são apenas alguns exemplos de fatores que contribuem para que se espalhe o ódio e a insensatez pelo globo terrestre.

A globalização é uma realidade. Foi capaz de interligar as nações e os pensamentos de diversos indivíduos espalhados pelo planeta. As redes sociais eliminaram e encurtaram distâncias, facilitando a disseminação de ideias e convicções. Um pequeno toque no teclado nos "tele transporta" para qualquer lugar do planeta, conectando-nos com "amigos virtuais" que nunca vimos, porém, com quem nos relacionamos diariamente, eliminando a solidão do mundo real, que era proporcionado pelo corre-corre do dia a dia, pelas dificuldades econômicas e pela timidez.

Esta nova modalidade de interação social trouxe grandes avanços e benefícios no campo da ciência, do comércio e da comunicação social. Como toda moeda, há sempre dois lados nesta história. Um bom e um ruim. Não podemos ignorar os importantes efeitos colaterais desta nova fase tecnológica porque passa a humanidade.

Antigamente, para conhecermos as novidades do planeta dependíamos da coragem dos destemidos desbravadores Era preciso se jogar no perigo e no desconhecido para que novidades no campo da botânica, da fauna, da flora, da geografia e da antropologia fossem descobertos.

A evolução da tecnologia e dos novos meios de transporte eliminou estas barreiras, desprotegendo estas "pequenas" e desconhecidas civilizações. A globalização acabou criando um grande problema ao interligar culturas diferentes, com perspectivas e interpretações diversas e muitas vezes antagônicas da realidade. A internet possibilita também o fácil compartilhamento de boas e de más ideias.

Outro detalhe que deve ser considerado é a facilidade de se tirar uma vida nos dias atuais. O desenvolvimento tecnológico diminui o remorso de quem mata. Já não se olha no olho do inimigo na hora de sua morte. Este distanciamento, com certeza, diminui a culpa de quem aperta o botão que aciona e libera o míssil.

Aliciar novos terroristas e disseminar o ódio e a intolerância ficou mais fácil. A maior arma utilizada pelos grupos radicais que espalham atualmente o terror, está na manipulação de jovens sem esperança e perspectiva, provenientes de culturas diferentes, que se sentem excluídos ou injustiçados por este novo mundo globalizado.

É na tristeza, na desesperança, na pobreza, na dor, na falta de amor e na intolerância que encontram sua maior força. Não bastará combatermos com as mais sofisticadas armas de ataque esses terroristas, senão atuarmos na origem real deste grave problema.

A verdadeira guerra se trava no campo ideológico, no campo da mente e das emoções. Se deixarmos de atuar nesta esfera, continuaremos contabilizando novos mortos e feridos. Nossos adversários perderam a fé na vida e o medo da morte não existe. Que guerreiro ocidental poderia combater em igualdade de condições com esses guerreiros?

A "ética, a moral e a justiça", que norteiam nossas atitudes e estratégias de ataque e de defesa, para eles nada significam. Estamos frente a um grande impasse. Ironicamente, temos que atuar em duas frentes de batalha, que precisam ser combatidas com armas completamente diferentes: o fuzil e a flor.

Que "Deus", tenha Ele o nome que for, nos proteja.

http://www.1news.com.br/ler-coluna/160/por-que-matam-indiscriminadamente-tantos-inocentes.html



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