Um terço dos homens não se previne contra doenças

Um terço dos homens não se previne contra doenças


Ministério da Saúde lança campanha na semana do Dia dos Pais para incentivar homens a ir ao médico

Por Crescer online - 11/08/2016 17h47 - atualizada em 11/08/2016 17h47

(Foto: Thinkstock)

Segundo o Ministério da Saúde, um terço (31%) dos homens brasileiros não vai a consultas médicas frequentemente. Em muitos casos, eles acreditam que não ficam doentes ou têm medo de descobrir uma doença. Além disso, sentem que ir ao médico pode ser considerado um sinal de fraqueza e interferir na sua imagem de "protetor da família".

A falta de acompanhamento do estado de saúde traz consequências graves para eles, que vivem cerca de sete anos menos do que as mulheres. A expectativa de vida masculina é de 71 anos, enquanto a feminina é de 78. Entre as principais causas de morte dos homens estão os acidentes de trânsito e a violência, mas também doenças que poderiam ser prevenidas, como problemas cardiovasculares, câncer e doenças do aparelho digestivo.

A partir do conhecimento desse cenário, o Ministério lançou nesta quinta-feira (11) o Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais de Saúde. A ideia é aproveitar o momento em que o homem está mais próximo do sistema de saúde, acompanhando a parceira no pré-natal, para incentivar a adoção de hábitos saudáveis e a realização de exames preventivos. Em conjunto, foi lançado o Guia da Saúde do Homem para Agente Comunitário de Saúde, com orientações para que os agentes de saúde levem os homens às unidades básicas de saúde e trabalhem na prevenção de doenças.

O Ministério da Saúde também lançou com a Avasus um curso a distância chamado Pai Presente – Cuidado e Compromisso. O curso é voltado para todos os pais que querem viver uma paternidade ativa e consciente e pode ser acessado pela internet.

Gafe

Ao fazer o anúncio da campanha, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, deu uma declaração que gerou polêmica. Ele justificou o fato de os homens cuidarem menos da saúde dizendo que eles "trabalham mais" e "são os provedores da maioria das famílias". Uma pesquisa recente, divulgada pelo IBGE, mostrou que, enquanto a jornada de trabalho masculina fora de casa caiu de 44 horas para 41 horas e 36 minutos por semana nos últimos 10 anos, a carga horária dedicada ao trabalho doméstico se manteve estável. Ou seja, o tempo livre não foi revertido em maior dedicação ao lar. Nesse mesmo período de 10 anos, a mulher manteve uma média de jornada de trabalho fora de casa de 35 horas e meia, mas ainda continua ganhando 24% a menos que os homens – e acumulando tarefas domésticas. A jornada de trabalho das mulheres em casa chega a 21 horas e 12 minutos por semana, mais do que o dobro do tempo dos homens, de apenas 10 horas. Outro levantamento mostrou que, no Brasil, mulheres comandam 87% dos lares sem cônjuge.

http://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2016/08/um-terco-dos-homens-nao-se-previne-contra-doencas.html

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