Veja dicas para deixar o cigarro de lado e parar de fumar

Veja dicas para deixar o cigarro de lado e parar de fumar

Especialistas alertam para doenças que podem se desenvolver naqueles que fumam e têm contato passivamente com o cigarro

DE A TRIBUNA ON-LINE-29/08/2016 - 09:57 - Atualizado em 29/08/2016 - 09:58

As doenças provocadas pelo tabagismo estão entre as principais causas de morte evitável no planeta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade estima que haja 200 milhões de fumantes no mundo, com sete mortes por minuto por doenças relacionadas ao uso do cigarro.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado nesta segunda-feira (29), serve como alerta aos problemas de saúde causados pelo hábito de fumar. O médico pneumologista do Hospital Beneficência Portuguesa de Santos, Josué Reinaldo Ferreira, explica que a principal patologia relacionada ao fumo é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que provoca enfisema pulmonar e bronquite. "Depois temos as doenças circulatórias, câncer de pulmão, infarto, derrame e insuficiências vasculares".

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ocorrem 200 mil óbitos por ano no Brasil em decorrência do fumo. Esse valor salta para cerca de 4,9 milhões em perspectiva mundial. O Inca estima ainda que 90% das pessoas que desenvolvem câncer de pulmão apresentem como fator responsável o fumo.

O especialista esclarece que a única maneira de se prevenir dessas condições é largar o vício. "O cigarro sempre leva a alguma alteração que vai se transformar em doença, ninguém fica impune ao tabagismo". Ferreira explica ainda que novos elementos químicos são descobertos e incorporados ao cigarro, para viciar os consumidores. "Hoje, são cerca de 4.770 substâncias tóxicas, e dessas, pelo menos 300 são cancerígenas".

Para ele, apesar de produtos 'anti-fumo' como adesivos, chicletes e comprimidos, a forma mais eficaz de parar de vez com o cigarro é se conscientizando de que isso pode ser letal à saúde. "Você tem que criar mecanismos para se defender de seu próprio hábito. Além disso, o efeito medicamentoso só diminui de 30% a 40% da fissura pelo cigarro".
OMS estima que haja 200 milhões de fumantes no mundo (Foto: Shutterstock)

Mudança nas regras

O pneumologista garante ainda que as pessoas estão fumando cada vez menos e atribui isso à publicidade e à lei que proíbe o fumo em lugares públicos. "Isso criou uma discriminação social para os fumantes. Os mais velhos estão parando e os jovens não estão nem começando, por influência das propagandas negativas".


Em dezembro de 2014, uma regulamentação da Lei Antifumo no Brasil passou a proibir a propaganda de cigarros até mesmo nos pontos de venda. Antes, eram permitidas propagandas comerciais dos produtos no display dos estabelecimentos, locais onde os cigarros ficam expostos para a venda. A exposição dos produtos fica permitida apenas com mensagens de alerta sobre os prejuízos provocados pelo fumo.

Fumantes passivos

Os malefícios não se restringem apenas a quem fuma. Ainda de acordo com levantamento da OMS, 6 mil fumantes passivos morrem anualmente em todo o mundo.


Para a pneumologista Denise Onodera, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, na Capital, isso ocorre, em grande parte, pela desinformação das pessoas com relação aos males de se conviver com fumantes ativos.


“Estar ao lado, inalando a fumaça, faz tão mal à saúde quanto quem fuma.Tosse, irritação nos olhos, dor de cabeça, coriza e náuseas são sintomas imediatos que atingem os fumantes passivos”, alerta a especialista.

São diversas as doenças que podem se desenvolver no organismo do fumante passivo, de acordo com a pneumologista, como as cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio e AVC); câncer; doenças respiratórias (pulmonar obstrutiva crônica); agravamento de problemas respiratórios já existentes e distúrbios psiquiátricos, como ansiedade.

Veja dicas da Fundação do Câncer para deixar o cigarro de lado e parar de fumar:

- O primeiro e fundamental passo para deixar de fumar é realmente querer. Apesar de todas as campanhas e informações disponíveis, a decisão de deixar de fumar é individual e tem que partir do próprio fumante.

- É importante saber que o momento de parar de fumar deve ser bem planejado: marque uma data dentro dos próximos 15 dias. Após essa definição, deve-se decidir se deixará de fumar de forma abrupta (a pessoa fuma normalmente e no dia escolhido ela não fumará mais nenhum) ou gradualmente. Caso seja de forma gradual, é importante estabelecer o número de cigarros fumados em cada dia anterior à parada e seguir esta regra. Caso contrário o método pode não funcionar.

- Quando estiver próximo da data definida para largar o cigarro, é preciso dedicar algum tempo para identificar situações que funcionam como “gatilho” para fumar. São momentos em que acender um cigarro é quase uma reação. Por exemplo: logo após as refeições ou ao tomar um café, falar ao telefone ou situações de estresse, como discutir com alguém. Evitar essas associações antes de parar de fumar facilitará os primeiros dias.

- Depois de identificar os momentos em que o cigarro é sempre associado, na véspera de parar de fumar, é necessário eliminar objetos que nos remetam ao ato de fumar, como isqueiros, cinzeiros, cigarreiras, entre outros, e claro, os próprios cigarros. Eles induzem ao fumo, fazendo a pessoa pensar em fumar, mesmo sem estar sentindo vontade.

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