Louco por Trabalho - por Elazier Barbosa

Louco por Trabalho

Em princípio os extremos são nocivos, nem tanto aos céus nem tanto à terra. A virtude está no meio segundo Aristóteles, esse é o estado considerado o ideal. Todos os excessos são considerados perigosos.

Elazier Barbosa, 12 de setembro de 2016
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LOUCO POR TRABALHO

Em princípio os extremos são nocivos, nem tanto aos céus nem tanto à terra.

A virtude está no meio segundo Aristóteles, esse é o estado considerado o ideal.

Todos os excessos são considerados perigosos.

No começo de 2007, uma mulher de 28 anos de idade, na Califórnia, morreu após participar de um concurso de uma rádio para ver quem conseguia tomar mais água. Após ingerir seis litros em apenas três horas na competição – cujo prêmio era um videogame Nintendo –, Jennifer Strange vomitou, foi para casa com uma terrível dor de cabeça e morreu de “intoxicação por água”.(From: Los Angeles Times, January 14, 2007- Associated Press – “Woman dies after being in water-drinking contest”)

Excesso de coragem é a temeridade, a impulsividade, que pode resultar em sérias consequências.

O medo nos mantem vivo desde os tempos das cavernas. Nosso heroico antepassado sabia que apenas coragem para enfrentar as grandes feras não nada era razoável.

Stepen Irwin, caçador australiano de Crocodilos morreu aos 44 anos por um ataque de uma Arraia Gigante.

Ele se arriscava demais na caça de crocodilos, façanha que o deixou famoso. Mas como diz a Sabedoria Popular; quem procura acha. Procurou nas caçadas de crocodilos e achou (a sua morte) no ferrão venenoso de uma arraia. Mas como certas tendências estão no DNA, a filha, Steve Irwin, continua a missão do pai.

A falta de coragem é a covardia. Ambas são consideradas comportamentos nocivos nos mais diversos aspectos.

Repetindo Aristóteles, é preciso buscar o equilíbrio, que é a virtude.

Vamos entrar no clima considerando o título do nosso artigo.

O normal, é começarmos Trabalhando para Viver e com um gerenciamento adequado da na nossa vida, dá para evitar Viver para Trabalhar.

O comportamento de excessivo envolvimento, e tem até nome no Japão: Karoshi que significa literalmente “morte por excesso de trabalho”.

O termo acabou se tornando internacional após ser incluído no Dicionário de Inglês Oxford em 2000. Em inglês temos o termo "workaholic"(pessoa que só pensa e vive pelo trabalho).

Esse comportamento, tende até ser valorizado em algumas empresas, porque teoricamente, o workaholic trabalhando mais significa sinal de produtividade. Mas na realidade com o passar do tempo isso não se confirma.

Não se pode envolver demasiadamente com o trabalho, ponto de deixar de lado a família, os amigos, e um mínimo de vida social, de lazer.

No fim, o resultado que a sua empresa espera de você, por exemplo em termo de criatividade, atenção mais de perto aos membros da sua equipe, ser uma pessoa mais equilibrada nas decisões, aplicando Inteligência Emocional, vai por água abaixo, pois o nível de estresse passando do limite positivo acaba resultando num problema de saúde.

O efeito colateral negativo que o workaholic acaba gerando é exigir da sua equipe comportamento semelhante, e isso, no mínimo gera desmotivação nos membros da equipe, com grande chance de eles começarem a pensar em rever se vale acompanhar essa maneira doentia pelo trabalho.

Na maioria das vezes, o exemplo vem do presidente da empresa, que chega até a exigir que seus colaboradores diretos fiquem em reuniões que se alongam noite adentro.

Por outro lado, as pessoas mais resistentes, que conseguem enfrentar e transpor obstáculos, são as que denominamos de pessoas com alto nível de resiliências, ou seja, as diversidades, conflitos, estresses não as derrubam; ao contrário, são enfrentados como desafios e geram mais conhecimentos após o embate e exitoso e as deixam mais fortes que antes. Mas como tudo tem limite, ao passar de uma vida profissional dedicada para se tornar num workaholic, as coisas mudam de figura.

Logo logo, em função do estresse que envolve uma pessoa workaholic:

-Passa a perder de memória recente.

-Acorda no meio da noite.

-Levanta com muito cansaço.

-Sente que não tempo para dar a si mesmo assim como aos seus familiares.

-Tem dificuldade em equacionar e resolver problemas do dia a dia no serviço, pois lhe falta calma, ponderação, foco e dificuldade em trabalhar em equipe.

Apesar de o estresse ser geralmente comentado como algo ruim, podemos através do desenvolvimento de algumas habilidades conseguirmos conviver com o estresse de forma positiva.

Ele na dosagem adequada tem sua grande utilidade e o ser humano através dos tempos tem tirado bom proveito dele para enfrentar situações adversas, pois o estresse nos prepara para um desempenho ideal em situações de alto risco.

Da mesma forma, se envolver num trabalho intensivo por um temo limitado e por uma boa razão faz parte das regras do jogo, mas repetimos, o excesso de qualquer ação é sempre prejudicial.

Mostrar serviço além do suportável por um longo período além do esperado nem sempre é sinônimo de produtividade e bons resultados. Se você está com excesso de trabalho ou só pensa nele, sente-se estressado e tem dificuldade em conciliar as múltiplas tarefas diárias, cuidado

Quantidade nem sempre resulta em qualidade.

Segundo o médico Marcelo Dratcu, especialista em Medicina Comportamental:

“O workaholic trabalha sem parar, tem uma visão distorcida do lazer e come pensando no trabalho.Por isso, pode agravar gastrite,doenças cardiovasculares e é prejudicial para pessoas com pressão alta”.

Apesar de toda exposição sobre um workaholic, existe outra tese que dependendo de alguns fatores, a pessoa, na realidade pode ser Worklover. Ou seja, a pessoa que ama o que faz e esse amor pode resultar na eliminação dos problemas pessoais de saúde apontados, mas não elimina outros que continuam a existir como o seu relacionamento com outras pessoas, em termo de atenção.

Quem estudou muito bem esse amor por fazer coisas mergulhando de corpo e alma foi Mihály Csíkszentmihályi, no livro "A Descoberta do Fluxo".

Significa um estado mental no qual a pessoa em atividade está totalmente "imersa", focada e envolvida em um processo, com o intuito de obter sentimento de foco energizado, total envolvimento e sucesso no processo.

A Teoria criada por ele, que é professor da Universidade de Chicago, húngaro radicado nos Estados Unidos, é denominada Flow-feeling.

Ele, também atua na Universidade de Claremont na Califórnia, onde se envolve com o tema voltado para o conceito Felicidade e da aplicação prática da Psicologia Positiva.

Segundo sua teoria as pessoas quando se encontram em estado de Fluxo são mais felizes e estão num momento de alta concentração totalmente absorvidas no que estão fazendo e dão o seu melhor no resultado. Assim, a pessoa em cada parte que executa do trabalho, uma ação, um movimento tudo acaba ocorrendo numa harmonia de uma orquestra bem afinada

Cada ação ou movimento está em harmonia como se fosse uma música.

Esse Estado também é conhecido como:

1) Fluir fluxo.

2) Sentimento de fluidez.

3) Percepção de fluidez.

4) Experiência ótima.

5) Experiência máxima.

Sendo que a expressão Flow-feeling ficou sendo a mais consagrada.

Quando uma pessoa encontra prazer e em suas atividades

ela entra no Estado Flow-feeling.

A pessoa entra nesse estado, ela mergulha de corpo em alma no trabalho, seu ego não interfere, apenas descansa. O tempo parece voar, passa sem a pessoa perceber.

Muitas vezes ela não sente que as horas passaram tão rápido, e tem a sensação de ter perdido a noção do tempo.

Nesse estado quase de transe, a pessoa não sente cansaço, frio, sono, não percebe as horas irem passando. Isto explica porque muitas vezes podemos trabalhar sem o menor cansaço em determinadas atividades que se fossem feitas apenas por obrigação seria um inferno.

Quando nesse estado, extremamente positivo ela consegue um alto desempenho no que está fazendo.

Tive uma oportunidade, num seminário internacional, fazer uma pergunta (webnario) ao professor Mihály Csíkszentmihályi se apenas pessoas inteligentes entravam em estado de Flow. Sua resposta: a pessoa precisa apenas fazer que gosta e ficar focado no que está fazendo.

Conclusão fazer o que ama fazer é totalmente diferente de ser workaholic.

Portanto, reveja bem o os seu comportamento. Em que time você está jogando.- Elazier Barbosa -Palestrante
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/louco-por-trabalho/98113/


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