Internet das Coisas vai mudar a forma de se fazer negócios

Internet das Coisas vai mudar a forma de se fazer negócios

Realidade aumentada será usada na manutenção de equipamentos

LUDMILA PIZARRO -VIAJOU A CONVITE DA ACCENTURE-PUBLICADO EM 18/10/16 - 03h00
Daniel Franulovic demonstra óculos de realidade aumentada na FutureCom 2016


Hélio Yamaguchi, desenvolvedor da Accenture, mostra serviços de treaming

São Paulo. Nem só de casas conectadas e carros inteligentes vive a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). Entre 2017 e 2020, produtos e serviços para setores como agronegócio, logística, manutenção e comércio serão lançados no Brasil, segundo o líder de IoT da Accenture na América Latina, Mário Lemos. “Com as soluções de IoT, as empresas podem reduzir custos, aumentar a produção e desenvolver novos produtos e negócios”, explicou, na FutureCom, feira e congresso que reúne empresários e analistas de telecomunicações, em São Paulo.

Segundo Lemos, no agronegócio, soluções integradas trazem de 5% a 10% de economia e podem elevar em até 7% a produtividade. Sistemas utilizam informação do cliente para sugerir soluções ou para aumentar o faturamento. “No caso de uma plantação com uma infestação de fungo, por exemplo, o sistema calcula o impacto na produção e recomenda quando pesticida deve ser aplicado”, explica.

O sistema também identifica oportunidades. “Se a tendência no mercado é de alta de preço daquele produto, e o sistema identifica um silo vazio, ele recomenda ao gestor da fazenda que guarde o produto e espere para vender na alta de preço, aumentando a lucratividade do negócio”, acrescenta. Drones com componentes inteligentes também serão importantes no agronegócio.

A realidade aumentada, que mistura elementos virtuais ao espaço físico e se tornou popular com “Pokémon Go”, é outra aposta para os negócios. “Em grandes indústrias, com equipamentos complexos, a realidade aumentada otimiza a manutenção. O profissional tem o manual e todos os pontos que precisam ser revisados utilizando um dispositivo (óculos) com realidade aumentada”, explica o gerente de inovação da Accenture, Daniel Franulovic. A Accenture já desenvolveu um sistema de realidade aumentada para a manutenção de turbinas de avião.

A sócia da Deloitte no Brasil, Márcia Ogawa, também acredita que, no país, a internet das coisas vai chegar primeiro nas empresas. “Smart homes (casas inteligentes) são típicas de países desenvolvidos. No Brasil, o aproveitamento dessa tecnologia deve vir antes para cobrir problemas de infraestrutura que nós temos”, avalia. Márcia, porém, diz que o país tem grande potencial. “Podemos dar um ou dois passos na frente porque o brasileiro é conectado e absorve tecnologia com facilidade. Mas esse crescimento vai acontecer de uma maneira muito própria do Brasil. Se você pensa soluções para economia de energia ou de água, uma casa conectada já fica mais factível no país”, afirma.

Ritmo brasileiro

“Casas inteligentes são típicas de países desenvolvidos. No Brasil, o aproveitamento dessa tecnologia deve vir antes para cobrir problemas de infraestrutura”
Márcia Ogawa
Sócia da Deloitte

PARA CASA

Monitoramento. A Oi apresentou ontem na FutureCom uma plataforma de monitoramento de residências e pequenas empresas, baseada em Wi-Fi, e podendo ser controlada a distância pelo celular.

Sistema. Tem uma central inteligente, sensores de presença, de portas e janelas e botão inteligente.

Mudança. Operadoras em todo o mundo querem deixar de ser apenas empresas de “entrega de dados” para passarem a ser empresas de prestação de serviços de valor agregado digital.

5G. Saulo Bonizzato, líder da Accenture na América Latina na área de mídia e entretenimento e comunicação, e telefonia 5G hoje no Brasil “é só uma discussão para quem desenvolve hardware”. Para os usuários, só deve chegar em 2020.

Operadoras precisam mudar para aproveitar oportunidades

São Paulo. As operadoras de telecomunicações terão que repensar suas estruturas para que as oportunidades em Internet das Coisas (IoT) sejam aproveitadas. “A crise de 2015 foi um dos fatores que criou um ‘gap’ (uma lacuna) das operadoras brasileiras no desenvolvimento de soluções voltadas para IoT. O ano passado foi um período com muito poucos investimentos”, aponta o gerente de inovação da Accenture, Daniel Franulovic.

“As operadoras brasileiras estão entendendo que para atuar com IoT não adianta oferecer só conectividade”, acrescenta o líder de IoT da Accenture na América Latina, Mário Lemos.

Crise da Oi. As operações da Oi com clientes e fornecedores continuam dentro da normalidade, mesmo após a recuperação judicial, assegurou o diretor de estratégia e transformação do negócio, Maurício Vergani, na FutureCom. “O operacional segue de maneira contínua”, disse. (Com agências)

Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/tecnologia-e-games/internet-das-coisas-vai-mudar-a-forma-de-se-fazer-neg%C3%B3cios-1.1386793


Comentários