Promotor diz que adolescente morta em MT era prisioneira de empresário

Promotor diz que adolescente morta em MT era prisioneira de empresário

Do G1 MT 19/10/2016 16h16 - Atualizado em 19/10/2016 16h16
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Segundo o promotor, Rogério Amorim cobrava 'investimentos' realizados.
Empresário e mais dois acusados de assassinato enfrentam júri nesta 4ª.

O promotor de Justiça, James Romaquelli, declarou, nesta quarta-feira (19), durante o julgamento de três acusados de envolvimento no assassinato da adolescente Maiana Mariano Vilela, de 16 anos, em 2011, que o empresário Rogério da Silva Amorim, com quem a vítima mantinha um relacionamento amoroso, a mantinha como uma prisioneira.

“Maiana não saía, ela era prisioneira do Rogério, pelo investimento em que ele fez nela. A história [relacionamento] começou a ficar cara. Tudo que a Maiana pedia ele dava. A sogra precisava ir para o Paraná, ele comprou a passagem só de ida. [Nesse período] ele aproveitou e matou a menina”, afirmou o promotor.

O promotor questionou a versão apresentada pelos réus de que Maiana tinha se tornado uma criminosa e enfrentado os acusados, provocando a própria morte após uma suposta discussão, conforme declaração do réu Paulo Ferreira, acusado de asfixiar a adolescente.

No entanto, depois de um tempo de relacionamento, Rogério percebeu que Maiana teria se tornado um peso em sua vida e a prejudicá-lo.

“Ele [Rogério] transformou a Maiana. Ela adiantou alguns dias da sua adolescência e se transformou em uma jovem. Se transformou em uma pessoa que aprendeu até a cozinhar para agradar o Rogério. Vendo que ele tinha criado uma situação em que não era favorável a ele, procurou uma solução e mandou matá-la”, argumentou o promotor.

Os três réus já foram ouvidos. Destes, somente o empresário não confessou participação no assassinato.

Rogério disse que o relacionamento com a adolescente era "maravilhoso" e relatou que conheceu Maiana em uma boate e que, a princípio, não sabia que se tratava de uma adolescente. Segundo ele, à época, a jovem morava em frente à empresa dele, no Bairro Três Barras, na capital.

Paulo Ferreira Martins, de 44 anos, acusado de ter sido contratado para matar a adolescente afirmou, durante interrogatório, que cometeu o crime durante uma discussão com a vítima.

Carlos Alexandre da Silva, de 34 anos, suspeito de participar do assassinato de Maiana disse, em depoimento, ter ajudado Paulo Ferreira Martins, também acusado do crime e réu confesso, a enterrar o corpo da vítima.

O crime

Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, no dia do homicídio, o empresário teria mandado Maiana descontar um cheque de R$ 500 e levar o dinheiro para um chacareiro. Ela foi ao banco com uma motocicleta que tinha ganhado do empresário e, depois, se dirigiu à chácara.

De acordo com o Ministério Público, a jovem foi morta na chácara e teve o corpo colocado dentro de um carro de passeio e, em seguida, deixado na região da Ponte de Ferro.

Os restos mortais da adolescente foram encontrados no dia 25 de maio de 2012, cinco meses após o crime. Maiana e Rogério mantiveram um relacionamento extraconjugal por aproximadamente um ano e estavam vivendo juntos havia cinco meses, em regime de união estável, quando o assassinato foi cometido.

A ex-mulher de Rogério Amorim também foi denunciada pelo MPE como participante dos crimes, mas a Justiça considerou que não havia indícios da participação dela.

O corpo da vítima foi sepultado sete meses após o desaparecimento e morte da adolescente, no Distrito do Coxipó do Ouro, em Cuiabá. Um dos acusados do crime foi quem indicou para a polícia o local onde o corpo havia sido enterrado.

Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/10/promotor-diz-que-adolescente-morta-em-mt-era-prisioneira-de-empresario.html

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