Inteligência emocional e a educação dos seus filhos

Inteligência emocional e a educação dos seus filhos

Neste artigo tentei unir alguns conceitos do Dr. Augusto Cury e do Daniel Goleman no que tange a gestão das emoções. Ao final um exercício chamado Diário de Sentimentos para praticar.

Leandro Abranches, 31 de outubro de 2016



Dr. Augusto Cury é médico, psicoterapeuta, psiquiatra, pesquisador e escritor de renome nacional e internacional. Seus livros configuram entre os mais vendidos chegando a patamares de 25 milhões só no Brasil. Com sua escrita cativante e inteligente, seus temas permeiam uma temática fundamental para as nossas relações com os outros, com o mundo e sobretudo, com nós mesmos. Tal temática envolve a gestão das emoções e seus reflexos. Temática está também ressaltada e defendida pelo Ph.D Daniel Goleman dentro do seu conceitos de Inteligência Emocional (IE) e aplicado no Coaching Infantil (saiba +).

Assim sendo, em uma noite nublada de frente para um amontado de prédios, sentado em uma cadeira confortável e sentindo um frio danado que se recusa a sair para que eu continue a me concentrar, escrevo este artigo tentando unir, apesar da complexidade do tema e cumprindo o escopo da presente proposta, conceitos do Dr. Augusto Cury, Ph.D Daniel Goleman e Içami Tiba sobre a gestão das emoções e seus reflexos aplicados à educação infantil (o que é?)

O que é emoção?

“Nossa avaliação cognitiva de uma situação ajuda a determinar o tipo de emoção que sentimos bem como sua intensidade” (Introdução à Psicologia)

Para a Psicologia, “emoção é uma condição complexa que surge em resposta a determinadas experiências de caráter afetivo”. Emoções e motivos são diferentes, apesar de estarem intimamente relacionados. As emoções, desencadeadas em função de eventos externos e variados, consciente ou inconsciente, impactam nossas reações face a esses mesmos eventos. Elas podem ativar e dirigir o comportamento da mesma maneira que os motivos básicos o fazem. Os motivos, por sua vez, geralmente são provocados por uma necessidade específica e muitas vezes estimuladas por eventos internos.

Na perspectiva complementar de Goleman, “todas as emoções são, essência, impulsos, legados pela evolução, para uma ação imediata, para planejamentos instantâneos que visam a lidar com a vida. [...], o que indica que em qualquer emoção está implícito uma propensão para um agir imediato”. Ainda, outro aspecto crucial e de enorme valia para entender nossos comportamentos quando estamos inundados por determinados sentimentos, é que as “ações desencadeadas pela mente emocional carregam uma forte sensação de certeza, que é um subproduto de um tipo de comportamento bastante simplificado, de encarar determinadas coisas que, para a mente racional, são intrigantes”.

Sendo impulsos e “verdades” para nós, as vezes nos levando a atos desproporcionais e ou a comportamentos que nos arrependeremos depois, fica evidente a necessidade de gerirmos e de desenvolvermos a inteligência emocional (IE), em especial,de proporcionarmos aos nossos filhos (ou crianças, no caso dos educadores e terapeutas) tais princípios e práticas da IE.

No nosso repertório emocional, cada emoção desempenha um papel específico, logo, diferentes emoções provocam reações, respostas e manifestações, (inclusive fisiológica) diferentes. Para Goleman, são 7 as emoções básicas:

1) Raiva; 2) Medo; 3) Felicidade; 4) Amor; 5) Surpresa; 6) Repugnância; 7) Tristeza.

Há um volume muito grande de informações sobre as nossas emoções (e do outro) no campo da comunicação não-verbal: tom de voz, gestos, expressão facial e outros sinais, isto sem contar que é mais prudente e seguro identificar alguns sinais de raiva, por exemplo, antes que algumas ações intempestivas correspondentes se manifestem, não acha?

Quais seus componentes?

A Psicologia ainda cita que são 6 os componentes da emoção:
A expressão subjetiva das emoções (estado afetivo ou os sentimentos associados à emoção);
Respostas corporais internas (como exemplo quando a voz aumenta em termos a intenção disso);
Cognições sobre a emoção e situações associadas (conjunto de ideias, crenças e diálogos internos que acompanham a emoção e surgem automaticamente na maioria das vezes);
A expressão facial (há expressões características de quando estamos com “nojo”, “tristes” ou “felizes”);
Reações à emoção (trata de reações gerais que impactam sua “visão de mundo”, por exemplo, após uma decepção você passar a olhar os relacionamentos de forma pessimista e generalista);
Tendência de ação (conjunto de comportamentos, as vezes até automáticos e impulsivos, que as pessoas tendem a apresentar quando experimentam uma certa emoção).

Porém, isoladamente, nenhum desses componentes é a emoção. A emoção é a reunião de todos esses componentes, além da sua inter-relação, ou seja, eles também influenciam uns aos outros de forma recíproca.

No que tange gerir as emoções ou desenvolver a inteligência emocional, levando em consideração os componentes acima, implica desenvolvermos aptidões específicas para cada aspecto abaixo enumerado, onde cada nível subsequente incorpora as aptidões dos níveis anteriores, sendo construídos, portanto, de forma hierárquica. Esses aspectos são:
Capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma emoção;
Capacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles puderam facilitar sua compreensão de si e ou de outrem;
Capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivado delas;
Capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.

Quais os passos para desenvolver a IE nas crianças?

No que se refere ao trato com as criança (casos reais) e os passos para oportunizar o desenvolvimento da inteligência emocional dos mesmos, os estudiosos defendem 5 passos:
Perceber a emoção da criança;
Reconhecer a emoção como uma oportunidade de intimidade e transmissão de experiência;
Escutar com empatia, legitimando os sentimentos da criança;
Ajudar a criança a nomear e verbalizar as emoções;
Impor limites e, ao mesmo tempo, ajudar a criança e resolver seus problemas.

Diário de Sentimentos

Por fim, de modo a prestigiar a coragem e a paciência do meu amigo leitor de ter chegado até aqui com a leitura, e também o fato de alguns “curtiram” meu trabalho por meio da minha fanpage (saiba +), separei um exercício retirado de um dos livros que servem como fontes para estes escritos. O exercício se chama Diário de Sentimentos e contribui de forma significativa para termos uma maior consciência dos nossos sentimentos, bem como para percebermos o papel das emoções em nossa vida. Fique à vontade para compartilhar com os demais colegas e aumentar essa corrente do bem. Segue de forma adaptada:
Em diferentes momentos – ou ao final – de cada dia, anote os sentimentos, qualquer que seja, mesmo que parecem vagos,experimentados durante o dia e aquilo que os provocou;
Releia todas as anotações ao fim tentando responder as seguintes questões: 1) Quais tipos de emoções, negativas ou positivas são mais frequentes? 2) Qual a quantidade de cada? 3) Você experimenta sempre as mesmas emoções pelos mesmos motivos?
Examinando as respostas anteriores, o que você pode fazer para aproveitar melhor as emoções positivas? E o que você pode fazer para amenizar as emoções negativas? (ex: terapia, coaching, exercícios, meditação, outros)

*Nota: conheça e se beneficie do Coaching Infantil e da IE acessando gratuitamente: Kids Coaching.
http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/inteligencia-emocional-e-a-educacao-dos-seus-filhos/99418/

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