Petrobras muda contrato com distribuidoras e preço do gás sobe | Valor Econômico

Petrobras muda contrato com distribuidoras e preço do gás sobe 

Valor Econômico 01/11/2016 às 11h25
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RIO - (Atualizada às 14h28) A Petrobras informou nesta terça-feira, em comunicado, ter alterado contratos de fornecimento de gás liquefeito de petróleo (GLP) com as distribuidoras. Segundo a petroleira, a mudança tem o objetivo de “refletir custos de logística que tipicamente deveriam por elas ser cobertos, mas que eram suportados pela companhia”. A medida é válida a partir de hoje.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que o principal objetivo da eliminação dos subsídios cruzados nos preços do gás liquefeito de petróleo (GLP) é criar ambiente de negócios que estimule investimentos na cadeia logística do setor. Segundo ele, a situação anterior à eliminação de subsídios não era “justa”, já que empresas que usavam a infraestrutura da Petrobras, e as que não usavam, pagavam o mesmo pelo produto.

“Objetivo é que empresas paguem o preço justo”, disse. “Não houve reajuste do GLP. A tabela de preços é exatamente a mesma. O que a Petrobras está fazendo é permitir que possamos eliminar subsídios cruzados dentro da logística, e permitir investimentos”, disse a jornalistas, após participar da cerimônia de encerramento da direção de Magda Chambriard, à frente da Agência Nacional de Petróleo (ANP). “Precisamos criar um ambiente propício a investimentos e se tem subsídios cruzados em logística esse ambiente não existe”, completou.

Na prática, a medida reduz subsídios da petroleira às distribuidoras de GLP, que vão repassar os custos ao consumidor. As mudanças impactam diretamente os preços do botijão de 13 kg - referência para uso residencial - em R$ 0,20 por unidade, na média do país. Isso representa 0,36% no preço de um botijão que custe R$ 55,00, por exemplo, diz a Petrobras.

Ainda de acordo com cálculos internos da petroleira, o impacto máximo não ultrapassará R$ 0,70 por botijão nos preços cobrados pela Petrobras às distribuidoras.

Parente acredita que o impacto será pequeno no mercado de gás, com o fim do subsídio cruzado. Em comunicado, porém, a companhia destacou que a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de derivados. "A companhia não tem qualquer ingerência na precificação final adotada por distribuidoras e revendedores de combustíveis”, disse a empresa.

De acordo com a Petrobras, este movimento seria importante para evitar possíveis “distorções” e estimular investimentos na cadeia de logística. A companhia deu como exemplo a atividade de estocagem: nas entregas feitas por cabotagem, muitas vezes o GLP é armazenado em tanques da Petrobras. Ou seja, na prática, o preço cobrado de quem usa a infraestrutura da companhia era o mesmo aplicado a clientes que não a utilizam, informou.

“A partir de agora, passa a ser diferenciado, sendo inferior para quem dispõe de infraestrutura própria ou carrega o GLP direto do navio da cabotagem, estimulando as distribuidoras a investirem em armazenamento. Há exemplos similares no uso de dutos e de estações de carregamento de GLP da companhia”, diz o comunicado.

Segundo a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR), as distribuidoras já comunicaram o repasse do aumento aos revendedores. O Sindigás, por sua vez, que representa as distribuidoras, diz que desconhece eventuais impactos da nova política de preços nos custos das suas associadas e que "seria cedo e irresponsável afirmar que haja real impacto ao consumidor final".

O presidente da Petrobras disse também que as mudanças no setor de GLP são “pontuais”, e que não espera movimentos semelhantes para outros combustíveis.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/4762765/petrobras-muda-contrato-com-distribuidoras-e-preco-do-gas-sobe

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