A consciência da morte

A consciência da morte


Perder alguém que amamos é, sem dúvida, a pior dor que podemos sentir na vida. É a mais cruel de todas as realidades.

Quinta-feira, 16/02/2017, às 19:47, por Jô Alvim


É uma dor sentida tanto pela família como pelas pessoas próximas, como amigos e conhecidos, mesmo que em menor intensidade, mas suscitando ansiedade e medo em todos.

Não é pra menos. A morte nos mostra a verdade, o que de fato importa, e nos questiona o que estamos fazendo com a própria vida. Diante da morte não há mais pressa. Tudo pode esperar. Não existe escala de importância entre as pessoas e os problemas não pedem solução urgente, como sempre consideramos. Tudo fica pequeno.

No entanto, o nosso comportamento no dia a dia revela o quanto não nos conscientizamos de fato sobre nossa finitude. Numa sociedade como a nossa voltada para a produtividade, para a ilusão da beleza eterna, falar sobre a morte tornou-se um tabu. Há uma negação das perdas, valorizando apenas o sucesso.

Assim, a morte de alguém que amamos remete à dor do vazio. O sofrimento é inevitável, havendo uma confusão de sentimentos. Alguns não conseguem sequer falar sobre o assunto, tentando entender o que aconteceu. Outros se sentem indiretamente culpados, principalmente se a morte foi trágica, considerando que deviam ter previsto o ocorrido e assim oferecer proteção.

Cada um reage de uma forma e isso depende da estrutura emocional de cada pessoa. Por isso é importante compartilhar a tristeza com familiares, amigos e, se necessário, buscar auxilio de um profissional para ressignificar a perda.

Apesar do desconforto que o assunto traz, precisamos nos reconciliar com a morte e não fugir de pensar ou falar sobre ela.A morte nos faz refletir o quanto a vida e os encontros são efêmeros já que, na prática, insistimos em viver como se o tempo não passasse, que as pessoas não se perderão uma das outras e que tudo que compramos levaremos conosco quando partirmos.

É a consciência da morte que nos ensina o quanto devemos ser sábios no exercício de viver.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/blog/psicoblog/post/consciencia-da-morte.html


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