20 anos na Bolsa e 50.000% de alta: qual o segredo do sucesso das ações da Amazon?

20 anos na Bolsa e 50.000% de alta: qual o segredo do sucesso das ações da Amazon?

Hoje, a Amazon vende praticamente de tudo pela internet, é a quarta empresa mais valiosa dos EUA e vale 830 vezes mais que sua antiga rival


POR RODRIGO TOLOTTI UMPIERES EM MERCADOS / ACOES-E-INDICES 15 MAI, 2017 18H37
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SÃO PAULO - Há exatos 20 anos estreava na bolsa de Nova York uma empresa que poucos conheciam, mas que já estava fazendo muito barulho por uma briga comprada com uma gigante de seu setor. No dia 15 de maio de 1997 a Amazon dava início aos negócios com suas ações ao preço de US$ 18 (após os ajustes destes anos, seriam US$ 1,96).

Naquela época, a companhia de Jeff Bezos se dizia uma vendedora de livros online. Além de ser um mercado bastante complicado em um período que poucos usavam a internet, o fato da Amazon se chamar de "a maior livraria da Terra" comprou briga com a gigante Barnes & Noble, que possuía cerca de 1.000 lojas nos Estados Unidos.


Hoje, a Amazon vende praticamente de tudo pela internet, é a quarta empresa mais valiosa dos EUA e vale 830 vezes mais que sua antiga rival. Para se ter uma ideia, considerando o preço ajustado, os papéis da gigante já se valorizaram 50.000%.

Um ano antes de entrar na bolsa, as receitas da companhia de Jeff Bezos não chegavam a US$ 16 milhões. No ano passado, a maior varejista online do mundo registrou US$ 136 bilhões em receitas. Com isso, seu valor de mercado saltou de US$ 547 milhões há 20 anos para atuais US$ 459 bilhões.

Foram necessários 10 anos para que fosse comprovada uma mudança real da vendas de livros em lojas para a internet. Segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA divulgados pelo MarketWatch, foi apenas entre 2007 e 2008 que a categoria de livros atingiu a marca de 20% do comércio eletrônico. Isso significa uma mudança no comportamento do consumidor em direção a compras online.

Naquele mesmo ano, a Amazon lançou o Kindle e revolucionou o mercado, mudando não só a forma como muitas pessoas leem livros, mas também como elas compram. O dispositivo também transformou o modelo de precificação da indústria, reduzindo o custo dos e-books para US$ 9,99, já que os livros impressos tinham preço de US$ 25 ou mais.

Após um bom tempo de prejuízo, a companhia de Bezos conseguiu registrar lucro há dois anos e desde então segue crescendo. No primeiro trimestre deste ano, a Amazon lucrou US$ 724 milhões em seu oitavo trimestre seguido de lucro. As vendas líquidas totais subiram 22,6%, para US$ 35,71 bilhões.

No início deste mês, o CEO da empresa deu uma palestra e mostrou que tem um pensamento bastante diferente do resto dos empresários. Ele apontou para três princípios que guiam os negócios da Amazon, entre eles a "obsessão com o cliente" e a "vontade de inventar e ser pioneiro".

Porem, o que mais chamou atenção foi o que ele falou na forma como vê os resultados que sua companhia entrega:

“Eu peço a todo mundo para não pensar em períodos de dois ou três anos, e sim em períodos de cinco a sete anos. Quando alguém parabeniza a Amazon por um bom trimestre [...] eu digo: 'obrigado'. Mas o que estou pensando comigo mesmo é [...] 'esse resultado trimestral na verdade foi preparado 3 anos atrás'. Hoje, estou trabalhando num trimestre que vai acontecer em 2020, não no próximo trimestre. O próximo trimestre, para todos os fins práticos, já está feito e provavelmente já está feito há uns dois anos. Se você começa a pensar assim, isso muda como você gasta o seu tempo, como você planeja, onde você coloca sua energia, sua capacidade de antecipar pontos cegos, tudo melhora".

Completados 20 anos, Bezos já passou por muitas dificuldade e crises, mas, no fundo, colocou sua empresa como um dos maiores cases de sucesso do mercado no mundo.

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