Mesmo depois de 200 anos de sua morte, a escritora inglesa ganha fãs

Mesmo depois de 200 anos de sua morte, a escritora inglesa ganha fãs


No ano do bicentenário da autora de "Orgulho e Preconceito", chama a atenção o fato de suas obras ainda parecerem tão atuais

Mariana Perim-Publicado em 18/07/2017 às 07h22-Atualizado em 18/07/2017 às 08h08

Austen contestava o papel da mulher na sociedade durante a época da Revolução Industrial
Foto: Divulgação/L&PM

Há exatos 200 anos, em 18 de julho de 1817, morria em Winchester, no Sul da Inglaterra, Jane Austen, uma das mais emblemáticas escritoras da literatura britânica. No ano do bicentenário da autora de “Orgulho e Preconceito”, chama a atenção o fato de suas obras ainda parecerem tão atuais, mesmo com uma descrição fina da sociedade à época.

A força de sua narrativa, repleta de interação entre personagens e de críticas sociais mescladas a uma ironia peculiar, ganhou a admiração de críticos literários desde a publicação de seu primeiro romance até os dias mais atuais.

Com o passar dos anos, a escritora ficou marcada por questionar, principalmente, o papel feminino nas relações sociais, sendo alçada ao posto de escritora feminista. Com suas personagens, a inglesa trouxe à tona discussões sobre a sina imposta às mulheres na sociedade marcada pela Revolução Industrial e econômica, a partir da ascensão da burguesia. Austen explorou contrastes de classe e gênero de modo vanguardista.

Perpetuado até a atualidade, esse estigma que cerca a mulher é um dos motivos que tornam a obra da autora tão real, verossímil e até mesmo necessária para traçar um paralelo entre as interações sociais dos séculos 19 e 21.

Homenagem


Estudante de Letras, Lívia Guimarães, 27, lembra até hoje de quando descobriu a existência da autora. Primeiro, assistiu ao filme “E Se Fosse Verdade…” (2005), que continha uma referência a uma das obras de Jane. Pouco tempo depois, ao ver “A Casa do Lago” (2006), deparou-se com outra remissão. Intrigada com as citações, Lívia resolveu ir atrás das publicações da escritora inglesa.

“Pensei que se ela havia sido citada com essa frequência, eu deveria procurar melhor e conhecer sua obra”, conta a estudante.

Lívia é integrante da sociedade literária Contrada da Coruja, um grupo de literatura que se reúne mensalmente para trabalhar em cima de obras dos mais diversos autores. Geralmente, a opção pelos livros é feita por meio de sorteio. No último fim de semana, houve uma “reunião extraordinária” dos participantes, para uma homenagem ao bicentenário da morte de Jane Austen.

“Costumamos nos reunir entre um encontro fixo e outro para aproveitar essas datas temáticas. No caso da Jane, escolhemos pela representatividade mesmo. Reproduzimos um chá inglês e cada um falou um pouco do que conhece da obra e debatemos”, explica.

Para Lívia, o equilíbrio nas publicações da autora é um dos pontos fortes. “Por vezes, a enxergamos apenas como autora de romances feministas ou como autora de romances ‘açucarados’, e na verdade ela consegue unir as duas coisas e mostrar ironia, críticas sociais, várias faces do ser humano”, conclui.

Curiosidades


Criou as próprias certidões de casamento

Segundo arquivos de Hampshire, Jane tinha fácil acesso a registro de casamentos pois o pai era pastor. É provável que a escritora tenha permanecido sozinha ao longo da vida.

Morte por envenenamento


Um grupo de pesquisadores sugeriu recentemente que a autora teria morrido envenenada acidentalmente por arsênico. Na época, a substância era comum em remédios, na água e até nos papeis de parede.

Carta com críticas


Em 1812, Austen escreveu uma carta dizendo que um grande salário era a melhor receita para a felicidade, No texto, ela ainda criticava uma autora contemporânea, por ser “muito cansativa e prosaica”.

Fonte: http://www.gazetaonline.com.br/entretenimento/cultura/2017/07/mesmo-depois-de-200-anos-de-sua-morte-a-escritora-inglesa-ganha-fas-1014078901.html


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