Posted: 09 Nov 2014 01:48 PM PST
O comunismo tentar ressurgir metamorfoseado e encarnado em
Vladimir Putin, de um lado.
Por outro, se tenta recompor a Teologia da Libertação, periclitante “companheira de viagem” do também vetusto comunismo que toma ares de jovem. Uma das consequências, está sendo o abuso ideológico da temática da pobreza que o macrocapitalismo publicitário leva ao centro do noticiário. Um exemplo característico disso ocorreu em larga medida no Encontro Mundial de Movimentos Populares reunido pelo Vaticano no mês de outubro deste ano (2014). Nele, o líder marxista do MST João Pedro Stédile chegou a declarar: “Nós, marxistas, lutamos junto com o papa para parar o diabo”. E em tom leninsta acrescentou: “o capital financeiro, os bancos, as grandes multinacionais. Os “inimigos do povo” são esses. Como diria o papa, esse é o diabo”.
O líder revolucionário recomendou nesse sentido o discurso
do Pontífice Francisco I para dito Encontro dizendo:
“O papa deu uma grande contribuição, com um documento irrepreensível, mais à esquerda do que muitos de nós”. Cfr: Instituto Humanitas Unisinos. De fato o Papa Francisco I, em seu discurso chegou a dizer, entre muitas censuras à economia ocidental baseada na propriedade privada e na livre iniciativa: “É estranho, mas se falo disso para alguns significa que o Papa é comunista”.Veja o texto completo em Instituto Humanitas Unisinos. O que pensar dessa exploração atual da pobreza no momento atual?
Por ocasião da comemoração da feliz derrubada do Muro de
Berlim, republicamos as seguintes declarações que parecem feitas para
esclarecer o dia de hoje.
Há um fato para o qual a imprensa brasileira; mas também a européia, na medida em que tenho tido tempo de a ver não tiveram a atenção bastante fixada, e que é o seguinte:
Até aqui o comunismo se apresentava como uma luta
reivindicatória dos pobres contra os ricos.
Agora, com a queda do Muro, acaba havendo o fato de que se
torna evidente que para além dele há uma pobreza e uma miséria que é
terrível, e que torna impossível que os comunistas se apresentem como
defensores dos pobres contra a miséria.
Pelo contrário, organizam um movimento que faz com que a miséria dos pobres se estenda como um polvo, para dominar e incluir todos, e todo o mundo ficar pobre. Portanto, o aspecto da luta comunismo x anticomunismo tem que mudar. Os comunistas precisam explicar; depois da experiência terrível de setenta anos de um regime, o câncer devorador socioeconômico, que reduz a Rússia a uma situação que vemos. Por que durante todo esse tempo, eles que viam dentro de casa essa miséria, eram partidários da expansão dela pelo mundo inteiro? Enquanto isto não se explicar, nós nem sequer sabemos com quem estamos lutando. Ora, eles não mostram nenhuma vontade de explicar isso. Falando com cordial franqueza, penso que os meios de comunicação teriam grande vantagem em acentuar esse ponto. Ponto sensacional! Não os vejo muito apressados em pôr isso em relevo.
Enquanto
não houver isso, o comunismo não tem sequer com o que se apresentar.
É como um falido que tem um processo de ação por ter levado a própria empresa à falência, mas que organiza uma propaganda mundial para que as outras empresas sigam os mesmos processos dele. O que é isso? Está um pouco enérgico e um pouco enfático o meu modo de falar. Tenho vagas gotas de sangue espanhol nas veias. No tempo dos Áustrias, o Brasil foi unido a Portugal e por aí governado pelos Reis da Espanha. Houve muito espanhol aqui em São Paulo. Eu descendo desses espanhóis. Desta maneira sou um pouco enfático. Mas o meu pensamento é este. *) Fonte: trecho da entrevista concedida à TVE (da Espanha), 3-2-1990; |
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