terça-feira, 9 de outubro de 2012
Abortos forçados na China, exemplo do futuro do mundo?
Feng Jianmei com o cadáver de seu filho abortado pela força |
Ela ficou presa com mais duas mulheres durante quatro dias, até que a levaram a um hospital e a forçaram a imprimir seu polegar num documento dizendo que concordava em abortar a criança. Uma enfermeira injetou-lhe uma droga e o bebê nasceu morto pouco depois, “com o corpo todo preto e azulado”, contou Pan.
Os testemunhos de mulheres forçadas a abortar em estado avançado de gravidez de há muito se espalham pela Internet. Neste blog temos ecoado muitas dessas denúncias. Mas o caso de Pan Chunyan parece ter sido a gota que fez transbordar o copo, desencadeando revolta entre especialistas silenciosos até o momento.
A política do “filho único” é a ponta de um iceberg de dimensões monstruosas. O controle demográfico forçado da China corresponde à planificação socialista em que os indivíduos são meros escravos.
A aplicação dessa filosofia marxista, reivindicada hoje no Ocidente com sofismas ambientalistas, tem formas e consequências alucinantes.
Chen Guangcheng, advogado das mulheres condenadas à esterilização e ao aborto, foi condenado ao exílio |
A foto agitou as sessões da Secretaria Nacional de Estatísticas em Pequim, escreveu o “The New York Times”.
O professor de Direito da Universidade de Pequim, Zhan Zhongle, anunciou um abaixo assinado de professores universitários e empresários pedindo ao Parlamento comunista a abolição dessa legislação iníqua.
A situação deve estar muito tensa para funcionários e dependentes do regime ousarem uma proposta que contradiz a linha oficial num ponto tão sensível.
Na mudança do ambiente mundial, pesou o caso de Chen Guangcheng, advogado das mulheres condenadas à esterilização e ao aborto.
Chen teve de fugir da prisão domiciliar, asilando-se na embaixada americana. A embaixada entregou-o à repressão socialista, até que, para acalmar os protestos, o governo chinês preferiu exila-lo. VEJA MAIS SOBRE ESTE CASO NO NOSSO BLOG
Liang Jianzhang, empresário doutorado na Universidade de Stanford, e Li Jianxin, professor de demografia na Universidade de Pequim, calcularam que em 2040 haverá na China 411 milhões de idosos (171 milhões hoje). E que a população em idade de trabalhar cairá até 696 milhões (817 milhões hoje). Nesse cenário demográfico, as consequências para a economia chinesa serão incalculáveis.
Porém, a perversidade ideológica do regime não parece se interessar pela realidade.
Os casos de abortos forçados se multiplicam pela China toda |
A senhora Pan reside em Daji, área rural onde um segundo filho é tolerado.
Ela contou que Ma Yuyao, responsável local da planificação familiar, só pensa em “marcar pontos para sua promoção”, agradando as autoridades de Pequim. Para isso está empenhado em impedir o crescimento da população local.
Segundo Wu Liangjie, marido de Pan, o casal pagou os 8.700 dólares exigidos pelo chefe da planificação familiar, mas que após receber o dinheiro, Ma Yuyao ordenou o aborto.
Muitos pais de família pagariam até a taxa de 7.200 dólares, uma pequena fortuna na China, para terem um terceiro filho, mas ainda assim temem ser constrangidos a abortá-lo, para que o Partido atinja as suas metas.
As autoridades locais do controle da natalidade recusaram responder aos telefonemas do “The New York Times” e os demais escritórios da administração socialista responderam que não tinham nada a declarar!
O pai da criança abortada viajou a Pequim com a ilusão de ser ouvido pela Justiça, mas a viagem pode ter sido contraproducente, como é frequentemente denunciado. Nem ele nem sua mulher atendiam mais o telefone, intimidados ao que tudo indica pelas autoridades socialistas.
O casal declarava se sentir “morto” pelo assassinato do filhinho que esperavam. A tragédia do casal se repete em toda a China e pode tornar-se um fenômeno mundial se vingarem os planos ambientalistas para reduzir a população planetária.
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