Não existe a
Cuba admirável. Ou: A Cuba de Verissimo
Hospital cubano, o “lado admirável”
do regime assassino segundo os idiotas úteis
Você
logo identifica um socialista envergonhado quando ele “faz críticas” ao regime
cubano para logo depois jogar um “mas, por outro lado, as conquistas sociais…”
Tudo balela! Se alguém achasse que conquistas sociais justificam ou amenizam
tiranias assassinas, então precisariam, antes de mais nada, enaltecer o regime
de Pinochet, que foi bem menos sangrento que o de Fidel Castro e com resultados
econômicos e sociais infinitamente melhores.
As
“conquistas sociais” cubanas não passam de um mito. A educação não é boa, e
quem diz o contrário não entende que doutrinação ideológica jamais pode ser
tratada como boa educação. Que educação boa é esta em que as pessoas sequer
podem ler os livros que desejam, pois há um índice enorme de livros proibidos?
Que boa educação é esta em que prostitutas e taxistas desfrutam de formação
superior, mas não conseguem exercer suas profissões por falta de trabalho?
Falar
em saúde é ainda pior: em Cuba falta o básico do básico. Os familiares dos
pacientes precisam levar comida e lençóis, e as instalações são precárias. Qual
a grande contribuição que Cuba deu à medicina mundial, à exceção de algum
avanço sobre o tratamento do vitiligo? Nada. Fidel se trata com médicos
espanhóis, pois sabe que são melhores. Chávez sim, acreditou na medicina
cubana. E morreu.
Portanto,
quem enxerga o “lado admirável” de Cuba não passa de um míope, ou um cego
mesmo, dominado pela ideologia. Cuba é um retumbante fracasso em todos os sentidos,
a mais longa e cruel ditadura do continente, que ceifou a vida de dezenas de
milhares de pessoas inocentes. E não, isso não foi culpa dos “imperialistas ianques”,
dos “malditos estadunidenses”. Quem repete isso dá atestado de estupidez.
O
embargo americano é a simples proibição de comércio entre os dois países, após
Cuba roubar as empresas americanas e apontar mísseis soviéticos para as cidades
dos Estados Unidos. Fidel e Raúl Castro sonhavam em efetivamente destruir os
Estados Unidos, como evidências apontam. Não há bloqueio algum, como alguns
pensam, tanto que Cuba pratica comércio com Espanha, Brasil, Venezuela, Canadá,
etc.
Só
os americanos estão impedidos, e é hilário saber que nossa esquerda radical
acha que essa é
a causa da miséria na ilha. Ou seja: falta comércio com os… ianques! Se ao
menos Cuba fosse “explorada” pelos consumistas burgueses americanos, tudo seria
melhor… Ignoram, além da contradição de que estão defendendo indiretamente
aquilo que odeiam (globalização e comércio com americanos), que a miséria
crescente venezuelana não tem embargo algum como desculpa. É o socialismo mesmo
que sempre, em todo lugar, produziu apenas miséria e escravidão.
Logo,
quem fala em “meios e fins” para avaliar Cuba, como fez Verissimo em sua coluna de hoje, está sendo hipócrita. Não
só os fins nobres não justificam os meios de uma assassina tirania, como não há
fins nobres ali. Cuba não era um prostíbulo americano como os mentirosos ou
ignorantes alegam. Era um dos países mais avançados da América Latina, com
indicadores sociais acima da média. E foi transformada num feudo particular dos
Castro.
O
prostíbulo cubano existe hoje, não há 50 anos. São os maiores índices de
prostituição, inclusive infantil, pois o povo miserável mal tem o que comer.
Além de ter virado um bordel sob o regime socialista, Cuba virou um hub para o tráfico
de drogas internacional, e até para terroristas. Chacal foi parar lá, como
tantos outros. É essa a Cuba “admirável” de Verissimo e companhia? Diz o
escritor:
Havia a Cuba que se transformara de bordel
dos Estados Unidos em país independente, inclusive dos Estados Unidos, a Cuba
que resistira durante anos à retaliação americana enquanto dava lições ao resto
da América Latina em matérias como saúde publica e educação universal, a Cuba
do idealismo preservado apesar de todas as privações — e a Cuba dos paredões,
das prisões politicas, da censura à imprensa, da perseguição a dissidentes e do
culto à personalidade dos irmãos Castro, eternizados no poder. Era possível
admirar uma Cuba e lamentar a outra. Ou não era? A dúvida nos remetia à velha
questão, velha como o tempo: quando é que os fins justificam os meios? Até onde
a Cuba admirável dependia, para sobreviver a tão poucos quilômetros da Flórida,
da Cuba lamentável? Felizmente, quem não era cubano não precisava se definir.
As relações das duas Cubas eram apenas pontos de um debate teórico.
Pois
é, eis o problema de nossos “intelectuais”: gostam de um “debate teórico”
enquanto pessoas de carne e osso pagam com suas vidas e liberdades o preço
dessas utopias assassinas. Cuba não preservou idealismo algum. É apenas uma
fazenda dos irmãos Castro, com os quase 11 milhões de habitantes tratados como
gado bovino. Quem encontra um lado para admirar em Cuba diz muito de si mesmo,
de sua falta de princípios, de seu nulo apreço pelo próximo, de sua falta de
empatia que permite colocar a ideologia acima dos fatos.
Mas
a cara de pau de Verissimo é tanta que ele compara o regime cubano, há mais de
meio século matando e escravizando, com a CIA, agência de inteligência do
governo americano que eventualmente torturou terroristas em busca de
informações para salvar vidas inocentes. Não, isso não é o mesmo que aplaudir
os meios nefastos para os fins nobres. É apenas constatar o abismo
intransponível entre ambas as coisas.
De
um lado temos um ditador que usa dos piores meios por décadas, fuzilando
inocentes, prendendo inocentes, apenas para se perpetuar no poder. Do outro
lado, temos excessos condenáveis praticados por um órgão de um país democrático
que abusa de métodos inaceitáveis sobre terroristas para tentar preservar a paz
e a liberdade dos inocentes. Quem não enxerga o contraste moral é mesmo muito
imoral.
Enfim,
os defensores da pior tirania da América Latina estão prestes a perder a última
desculpa esfarrapada que restou para justificar a tirania. E isso vale também
para os defensores envergonhados, aqueles que “criticam” os “excessos” de Fidel
e Raúl Castro, mas admiram, por outro lado, as “conquistas sociais” que existem
apenas na mitologia canhota latino-americana.
Rodrigo Constantino
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