FARSA: Padilha turbina SUS para parto da filha! Petista dispensou plantonistas e chamou médicos de sua confiança
13/02/2015
às
21:58 \ Brasil, Comportamento, Cultura
FARSA: Padilha turbina SUS para parto da filha! Petista
dispensou plantonistas e chamou médicos de sua confiança
Alexandre Padilha, ex-ministro
da Saúde e candidato derrotado do PT ao governo de São Paulo, disse durante a
campanha eleitoral que sua esposa, então grávida, faria o parto na rede pública
do Sistema Único de Saúde (SUS), defendido pelo casal.
Hoje, os portais chapa-branca
dizem que o petista cumpriu a promessa, em razão do nascimento na quinta-feira
(12), no Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte paulistana,
de sua filha com a jornalista Thássia Alves, Melissa.
Mas o
SUS de Padilha está longe de ser o SUS disponível à população pobre do Brasil.
Na verdade, está bem mais próximo do Sírio Libanês de Lula e Dilma.
“É um SUS plus. Só o endereço é
igual. O resto é tudo diferente”, disse indignado a este blog um médico
intensivista que acompanhou os acontecimentos de perto. O parto humanizado
estava programado para março, mas Thássia foi internada na terça-feira e precisou
passar por uma cesárea de urgência devido a um quadro de pré-eclâmpsia, doença
que se caracteriza por alterações de pressão arterial que podem levar a
gestante a crises convulsivas e até à morte.
Os mortais comuns do SUS
costumam dispor de um obstetra e um pediatra e, quando o parto se complica
um pouco, geralmente são dois obstetras e um pediatra. Já Padilha contou com o
dobro de médicos na sala: três obstetras e três pediatras. Entre os primeiros,
o próprio diretor do hospital que raramente vai à linha de frente. E os outros
cinco eram todos do Hospital das Clínicas, da USP, em força-tarefa especial
para o parto.
Isso mesmo: o petista chamou os
médicos de sua confiança para fazer o que tinha de ser feito dentro de um
hospital público, cuja equipe de plantonistas e residentes foi dispensada. A
recém-nascida foi levada à UTI Neonatal, onde os plantonistas também tiveram de
ceder lugar a uma médica do Hospital das Clínicas, profissional do Instituto da
Criança da USP.
“Os médicos locais ficaram
ofendidos, revoltados. Se você trabalha num lugar e cai uma estrela que chama
alguém de fora, estão falando que ‘eu sou um bosta, que eu não tenho qualidade
para atender o cidadão estrelado’”, disse o intensivista. “Mas a prefeitura
está nas mãos do PT. Se alguém falar, vai sofrer retaliação”, completou,
explicando que é da prefeitura a maternidade onde Thássia ficou em quarto
individual com ar-condicionado – outro luxo exclusivo.
Para piorar, a opção pela
cesárea imediata em caso de pré-eclâmpsia, embora recomendada em outros países,
é relativizada pelo Ministério de Saúde, cujo manual sugere que ainda se
poderia tentar a via normal de parto se o bebê tiver condições de nascer. Ou
seja: pode ter sido devidamente ignorada a própria sugestão do MS, rechaçada
por muita gente da área.
“[O ministro da Saúde, Arthur]
Chioro faz política para combater cesárea, dizendo que pode matar, mas o que
mata é a politização de um assunto técnico como a Medicina. Quando isso é
feito, o resultado é o massacre que a gente vê na saúde pública brasileira”,
comentou a fonte.
O jogo de cena montado
para validar a propaganda política do PT e a suposta coerência de Padilha, a
quem o prefeito Fernando Haddad garantiu um emprego, também foi denunciado em nota da página
Mais Médicos Fail no Facebook, segundo a qual o casal
pretendia fazer a transferência do bebê para um hospital particular: Einstein
ou São Luiz Morumbi.
Uma blogueira da Folha de S.
Paulo, que deu a notícia do parto como um cumprimento da promessa eleitoral de
Padilha, escreveu a respeito: “O post mostra ainda um bate-papo de whatsapp de
algum funcionário da unidade passando informações privilegiadas sobre a
paciente e seu bebê, o que fere o Código de Ética Médica.”
A informação sobre o bebê, na
verdade, está no post e foi devidamente reproduzida pela blogueira. A imagem do
whatsapp mostra apenas informações básicas sobre os procedimentos incomuns e
privilegiados adotados dentro de um hospital da rede pública por um político
defensor do SUS na hora em que sua família precisou de seus serviços. Desmentir
em atitudes o próprio discurso político embusteiro, sim, fere o Código de Ética
humana – e é dever moral de qualquer cidadão de bem denunciar a farsa.
De resto, desejo toda a saúde
do mundo a Thássia e Melissa. Lamento apenas que o SUS turbinado – ou plus, ou
VIP, ou cinco estrelas – de Padilha seja, ainda, um privilégio de poucos.
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