A
sinistra milícia dos “Gladiadores do Altar”, a nova invenção da Igreja
Universal
Postado em 02 mar 2015
por : Kiko Nogueira
Treino dos “Gladiadores do Altar” no
Ceará: acho que você já viu isso antes
Tudo o que é ruim
sempre pode piorar.
Você achava que a
ascensão de Eduardo Cunha e da bancada evangélica era um passo rumo à Idade
Média.
Você não pensou que
seria possível que uma estultice como o projeto que cria o Dia do Orgulho
Hetero fosse ser desenterrada.
Você não achou que
voltasse à pauta o Estatuto da Família, que define a célula familiar como
composta apenas de homem e mulher e que pode proibir casais gays de adotar crianças.
Faltava um exército
para os fundamentalistas.
Não falta mais,
aparentemente.
A Igreja Universal
criou uma milícia estranhíssima chamada “Gladiadores do Altar”.
Segundo o site da
IURD, a iniciativa “visa formar jovens disciplinados e altamente preparados
para enfrentar os desafios diários de ganhar almas e fazer discípulos”.
Os “rapazes”, diz o
texto, “estão dispostos a abrir mão de suas vidas para que outras pessoas sejam
ajudadas”. A única exigência é “é ser batizado nas águas e ter desejo e disposição
de servir a Deus e estar preparado para o que vier pela frente”.
Não se sabe de quem
foi a ideia, mas o autor merece o Oscar da falta de noção.
Em vídeos divulgados
pela instituição, dezenas de jovens uniformizados aparecem marchando triunfais
e repetindo as palavras de ordem de um pastor paramentado como rabino.
Ao final, o líder
pergunta aos homens o que eles querem.
“O altar, o altar, o
altar”, respondem, o braço direito estendido apontando para o dito cujo em cima
do palco. O altar, no neopaganismo barato da Universal, tomou o lugar de
Jesus Cristo.
Não é preciso ser
muito esperto para enxergar uma semelhança sinistra com, na melhor das
hipóteses, a sudação dos policiais do Bope e, na pior, o “Sig, Heil” nazista. O
pessoal do Estado Islâmico ficaria orgulhoso.
O que estes cidadãos
pretendem fazer para ganhar almas vestidos de Guarda Revolucionária é um
mistério. A apresentação é cheia daqueles momentos em que o patético passa a
dar um certo calafrio.
Antonio Gramsci
chamou os fascistas italianos que surgiam de “gente ridícula, do tipo que faz
as notícias, mas não faz a história”. Deu no que deu.
Sangue de Cristo tem
poder.
Comentários
Postar um comentário