Comissão da
Câmara quer que Lula explique fala sobre "exército de Stédile"
A
Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou nesta quarta-feira (18) dois
requerimentos para convidar o ex-presidente e alcaguete Lula (ele delatava
companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu
Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de reputações") e o líder da
organização terrorista clandestina MST (Movimento dos Sem Terra), João Pedro
Stédile, para prestarem esclarecimentos sobre a declaração de Lula de que
Stédile colocaria "seu exército" nas ruas para defender o
governo.
As
declarações de Lula foram feitas em 24 de fevereiro durante um ato em defesa da
Petrobras realizado no Rio de Janeiro. "Também sabemos brigar. Sobretudo
quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas", disse o ex-presidente
na ocasião.
Os
requerimentos foram apresentados pelo deputado federal Ezequiel Teixeira
(SDD-RJ). Os convites foram defendidos principalmente por deputados da bancada
evangélica, que perderam o comando da comissão para o PT.
Para
Teixeira, as declarações de Lula levaram medo às pessoas, que ficaram receosas
de saírem às ruas. "Há um medo da potencialização da violência do MST,
ainda mais estimulada pelo ex-presidente", disse.
Contrário
aos requerimentos, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) afirmou que houve uma
"hipervalorização" da declaração em um contexto de polarização
política. Para ele, as manifestações realizadas no último fim de semana em todo
o País mostram que as declarações não tiveram qualquer impacto sobre a
população.
A
deputada Érika Kokay (PT-DF) defendeu que a fala de Lula X9 foi feita apenas
uma metáfora e por isso não se justificaria convidá-lo para prestar
esclarecimentos.
Por
ser convite, Lula e Stédile podem se recusar a comparecer à comissão. Para o
deputado Osmar Terra (PMDB-RS), as declarações de Lula foram
"absolutamente infelizes e inoportunas". "Mas acho que não é um
debate para ser premiado aqui na Casa", disse.
A
discussão em torno da votação dos requerimentos gerou um embate entre deputados
da bancada evangélica e deputados contrários à aprovação dos convites. Durante
a votação do primeiro requerimento, a deputada Érika Kokay pediu o adiamento da
votação dos requerimentos.
O
presidente da comissão, Paulo Pimenta (PT-RS) acatou o pedido mas foi
contestado pelos demais integrantes do colegiado. Foi preciso consultar a área
técnica de legislação da Câmara, que negou a possibilidade regimental de se
pedir o adiamento da votação.
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