HÁ ALGO MAIS... UM AMOR. UMA
LUZ. – LXXXI*
Aqui estou eu, escrevendo sei lá
sobre o que...
Eu, o Atman**,
através das mãos, que são testemunhas dos meus atos.
Aqui estou
eu, lembrando-me de Shiva e sua dança vital...
Eu, a
centelha viva de um Grande Amor, que está em tudo!
Aqui estou
eu, vendo a chuva cair no fim da tarde da grande metrópole...
Eu, o
princípio imperecível, como estrela dentro do corpo.
Aqui estou
eu, ouvindo uma linda canção e pensando no infinito...
Eu, cidadão
do universo, em forma humana, aprendendo a viver.
Aqui estou
eu, queimando as minhas ilusões no fogo do discernimento...
Eu,
desbravador dos mares de mim mesmo, navegando para o Porto de Brahman.
Aqui estou
eu, vendo a chuva cair dos meus olhos admirados com a Luz...
Eu,
viajando nas ondas da Espiritualidade, cada vez mais contente por isso.
Aqui estou
eu, em mais uma vida carnal, mas, vindo de outro lugar, algures...
Eu, o
viajante estelar, honrando o corpo, mas sem perder a minha essência.
Aqui estou
eu, olhando a vida como o Amor olha, cada vez mais admirado...
Eu, lótus
de Krishna nas águas do mundo, tentando fazer o meu melhor (Darma).
Aqui estou
eu, escrevendo sobre essas coisas do espírito, que são etéreas...
Eu, neófito
do Todo***, o Grande Hierofante, que é o meu Primeiro Amor.
Aqui estou
eu, lembrando-me de Jesus e pensando em tudo aquilo que não vejo...
Eu, em
Espírito e Verdade, caminhando pela senda com Ele, nas ondas do Bem.
Aqui estou
eu, lembrando-me da Paz do Buda sentado embaixo da árvore Bo...
Eu, que me
atrevo a pensar que Ele também gostaria de ouvir essa linda canção.
Aqui estou
eu, lembrando-me de Rama, e pensando nos caminhos do Darma****.
Eu, lutando
a grande batalha dentro de mim mesmo, no Ramayana do meu coração.
Aqui estou
eu, lembrando-me da Mãe Iemanjá, que me lava nas águas do Amor...
Eu, de
mente e coração abertos, seguindo pelas trilhas do Universalismo.
Aqui estou
eu, lembrando-me dos poetas que enriqueceram a vida com seu labor...
Eu,
admirador de Kabir, Rumi, Olavo Bilac, Fernando Pessoa e Khalil Gibran.
Aqui estou
eu, lembrando-me de Maria, Mataji e Kuan-Yin, sempre com
gratidão...
Eu,
admirador da compaixão dessas mulheres maravilhosas, mães de todo mundo.
Aqui estou
eu, vendo a chuva cair, lá fora, e aqui dentro também, nos meus olhos...
Eu, que não
sei de grandes mistérios e iniciações, só sei sentir o meu coração.
Aqui estou
eu, escrevendo sobre aquilo que não se explica, só se sente...
Eu, o Atman,
admirado com a canção e a chuva, nas ondas de um Grande Amor.
P.S.:
Ah, aqui estou eu (e o pequeno
Rama também*****).
Eu, e esses
escritos.
E esses
mentores extrafísicos...
Que só
agora eu vi no meu lar.
E que me
dizem, em Espírito e Verdade:
“Vive,
cresce, ama, pensa, ri, e segue...”
Ah, aqui
estou eu (e, por sintonia, você também, caro leitor)...
Eu, você, o
Rama, a chuva, a canção, e algo mais... Um Amor. Uma Luz.
(Dedicado
aos meus amigos que já passaram para outros planos de manifestação e que hoje
moram na Casa das Estrelas.)
Paz e Luz.
Wagner Borges – mestre
de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 06 de março
de 2015.
- Notas:
* Esse texto fará parte de um novo livro sobre vida após a
morte que publicarei em breve (com diversos textos alusivos à temática da
imortalidade da consciência).
** Atman –
do sânscrito – o espírito (princípio imperecível); a centelha vital do Todo; a
essência espiritual; o Ser eterno...
*** O Todo - expressão
hermética para designar o Poder Absoluto que está em tudo. O Supremo, O Grande
Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O
Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por
isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de
todos. Quando se afirma que o Todo é o Grande Hierofante, é no sentido de que
Ele é o Supremo iniciador de todos os seres, pois está em tudo!
Obs.: Hierofante - dentro do
contexto das iniciações esotéricas da antiguidade, era o mestre que testava os
neófitos (calouros) nas provas iniciáticas.
**** Darma –
do sânscrito “Dharma” – dever, missão, programação existencial, mérito, bênção,
ação virtuosa, meta elevada, conduta sadia, atitude correta, motivação para o
que for positivo e de acordo com o bem comum.
Obs.: Um dos
maiores exemplos de consecução correta do Darma é a história do grande Rama,
narrada pelo sábio Valmiky no épico “O Ramayana” (um dos clássicos do Hinduísmo)
***** Rama
– é o meu parceirinho de jornada (um cãozinho da raça YorkshireTerrier, de seis
anos de idade).
Obs.: O seu nome é justamente
uma homenagem ao grande Rama, o príncipe-herói do épico “O Ramayana” - e sétimo
avatar de Vishnu na Cosmogonia hinduísta.
VIAJANDO
ESPIRITUALMENTE NAS ONDAS DE RAMA
(Com o Coração Dourado e os Olhos Igual Estrelas)
Ele veio no centro da noite e me
disse:
“Menino,
lembre-se de Rama!*
Leve a
atenção para o centro do seu coração...
E, dentro
dele, repita mentalmente o Nome do Avatar.
Faça isso
com atenção e Amor, para o seu peito virar sol.
Rama,
Rama, Rama... como um mantra suave e virtuoso.
Enquanto
isso, pense no Bem de todos os seres...
Abrace o
mundo em nome do Eterno, e deixe o Céu descer em você.
Menino, ame
como se você fosse Hanuman aos pés de Rama e Sita**.
Visualize
que o seu coração é uma estrela prânica, serena e abrangente.
Que, nessa
noite, pelos motivos que o Céu conhece, você seja “estrelananda”.
Cante o Nome de Rama em seu
peito, como Lakshamana fazia com lealdade.
E veja a noite com os olhos do
Divino em seu olhar, através dos planos da vida...
Como Shankara*** fazia,
observando as Almas Livres agindo invisivelmente.
Menino, lá nos planos sutis os Rishis****
continuam cantando o Nome de Rama...
Então, nessa noite, cante com
eles, em seu coração, como criança do Eterno.
Cante, com a alegria em seu peito
e a Luz nos seus olhos, como fazia Ramakrishna.
Esse é seu mantra dessa
noite, é a sua senha extrafísica para a “Casa da Alegria”.
E é lá que os seus mentores
espirituais o esperam, em mais uma viagem espiritual.
Em seu coração, Rama, Rama,
Rama... e que assim seja!
(Que os seus lotos espirituais
brilhem muito, sempre por Amor.)”
Sim, ele veio e me disse isso, e
encheu o meu lar de Luz Pacífica.
Ele, um trabalhador extrafísico do
Grupo dos Amigos de Ramakrishna*****.
E, agora, eu fiquei aqui com
saudades de voar com ele por aí...
Então, vou deitar a carcaça no
leito, com o Nome de Rama em meu coração.
E, aí, quem sabe, eu e ele vamos
lá em cima, até o plano dos Rishis, aprender algo?
Sim, lá na Casa da Alegria, com
Amor e Graça. E muita gratidão, sempre...
P.S.:
Não voo fora do corpo******
como fenômeno.
Só viajo por Amor...
E isso diz tudo sobre mim.
Porque só vale a pena se for
pela Luz.
Dentro ou fora do corpo, tudo
de bom.
Minha alegria é essa...
Voar feliz, por aí, em Espírito
e Verdade.
Om!
Paz e Luz.
- Wagner Borges – mestre de
nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 08 de março de 2015.
- Notas:
* Rama - o príncipe-herói do
épico “O Ramayana”, um dos clássicos da espiritualidade da velha Índia.
Obs.: Ele é considerado o
sétimo avatar (emissário divino) de Vishnu na Cosmogonia Hinduísta).
** No contexto do Ramayana,
Sita era sua esposa; Lakshamana seu irmão; e Hanuman o seu servo mais fiel.
Obs.: Um dos mantras mais
conhecidos de Rama (e associado à cura), é “Om Ram Ramaya Namah!”. Ver no site
do Youtube a versão desse mantra cantada lindamente por Deva Premal: https://www.youtube.com/watch?v=c6NqTXjjFrM
Também tem o “Sry Ram, Jay Ram
Jay Jay Ram!”
*** Shankara – o célebre autor
de um dos grandes clássicos do Hinduísmo, o livro “Viveka Chuda Mani” (“A Jóia
Suprema do Discernimento”); nasceu em Káladi, vilarejo do Malabar Ocidental, no
Sul da Índia, por volta de 686 d.C.
Iogue, filósofo e poeta, era um
prodígio acadêmico e dotado de rara didática para escrever sobre os temas do
espírito. Foi um dos grandes iogues da Índia, e seu nome é evocativo do deus
Shiva, que é reverenciado com o epíteto de Shankara, o “doador de bênçãos”.
Obs.: Ver o Texto “Lembrando as
Almas Livres – III”, postado no site do IPPB, no seguinte link específico:
**** Rishis
– do sânscrito – sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos
Upanishads.
***** Os Amigos de Ramakrishna:
é um grupo de mentores extrafísicos ligados aos ensinamentos universalistas de
Paramahamsa Ramakrishna. Na verdade, são meus amigos de outras vidas e, de vez
em quando, aparecem para matar a saudade e dar uns toques espirituais legais.
Certa vez, um deles me disse:
"Sair do corpo é fácil. Difícil é ficar em paz, dentro ou fora do corpo."
Eles também me ensinaram essa
verdade: "Dias ruins não são aqueles de tempestade, que até limpam a
atmosfera de fora, mas aqueles dias em que permitimos as pesadas nuvens da
mediocridade toldando o céu do coração, dentro de nós mesmos".
Agradeço a esse grupo de amigos
pela amizade e pelos toques conscienciais pertinentes, que sempre me ensinam
muito.
Obs.: Paramahamsa Ramakrishna:
mestre iogue que viveu na Índia do século XIX e que é considerado até hoje um
dos maiores mestres espirituais surgidos na terra do Ganges. Para se ter uma
ideia de sua influência espiritual, posso citar que grandes mestres da Índia do
século XX se referiram a ele com muito respeito e admiração, dentre eles o
Mahatma Ghandi, Paramahamsa Yogananda e Rabindranath Tagore.
****** Projeção da consciência
– é a capacidade parapsíquica - inerente a todas as criaturas -, que consiste
na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.
Sinonímias: Viagem astral –
Ocultismo.
Projeção astral – Teosofia.
Projeção do corpo psíquico -
Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo –
Parapsicologia.
Viagem da alma – Eckancar.
Viagem espiritual –
Espiritualismo.
Viagem fora do corpo – Diversos
projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou
desprendimento espiritual) – Espiritismo.
Arrebatamento espiritual -
autores cristãos.
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