Mentes brilhantes são sarcásticas, define estudo
De acordo com pesquisadores franceses, o sarcasmo estimula
a criatividade e ainda ajuda a mente a solucionar problemas intelectuais
Gregory House, interpretado
pelo ator Hugh Laurie, é um médico sarcástico e bastante criativo para fazer
diagnósticos e curar doenças na série americana de televisão "House".(VEJA.com/Divulgação)
O sarcástico
escritor inglês Oscar Wilde (1854-1900) costumava dizer que "sua ironia
era perdida com os estúpidos". Um estudo científico comprovou a intuição
de Wilde. Segundo a pesquisa do Insead (escola francesa especializada em
negócios; uma das mais importantes do mundo nesta área), pessoas sarcásticas são
até três vezes mais inteligentes e criativas que aquelas que fazem e recebem
comentários diretos e sinceros.
Publicada no
periódico Organizational
Behavior and Human Decision Processes, a análise revela que o
sarcasmo pode ser considerado bastante saudável, pois fazer e entender
comentários desse tipo exige que o cérebro faça uma busca por pensamentos
abstratos e subjetivos, ação que contribui para o aumento da criatividade.
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"Forma
superior de pensamento" - Para chegar a essa conclusão,
os pesquisadores realizaram diversas experiências com 300 homens e mulheres. Em
uma delas, foram exibidos comentários sarcásticos ou sinceros para os
participantes. Depois, cada um deles foi submetido a um teste psicológico para
medir a criatividade. Nessa etapa, os componentes da pesquisa visualizaram
fotos de uma vela, de uma caixa de pregos e de uma caixa de fósforos. Os
objetos estavam em uma mesa ao lado de uma parede.
O desafio
dessa fase era o seguinte: os participantes deveriam encontrar uma maneira de
prender a vela na parede sem que a cera pingasse na mesa quando o objeto
estivesse queimando. A solução para o enigma era esvaziar a caixa de pregos,
fixá-la na parede, colocando a vela dentro do caixote. Para os pesquisadores,
esse teste exigia muita criatividade, já que é preciso ver além dos
instrumentos, ou seja, visualizar outros meios de usá-los que não sejam pela
função primária dos itens.
Os
resultados mostraram que 75% dos participantes que foram alvo de comentários
sarcásticos (e entenderam as observações) encontraram a solução correta para o
enigma. Mas apenas 25% daqueles expostos a pontos de vista sinceros acertaram o
desafio. Além disso, 64% dos componentes que fizeram observações com sarcasmo
também conseguiram acertar.
Para Li
Huang, líder do estudo e professora de comportamento organizacional do Insead,
"o sarcasmo pode estimular a criatividade, a concepção de ideias e a forma
de solucionar problemas. Descobrimos que ele certamente catalisa uma maneira
superior de pensamento."
Diversos
estudos comprovam que o senso de humor é uma forma de o cérebro resolver situações complexas e paradoxais de
maneira inusitada, estimulando a inteligência. Entre as diversas formas de
humor estão a ironia e o sarcasmo. De acordo com os pesquisadores franceses, o
sarcasmo é um tipo de ironia que permite com que o cérebro se exercite, já que,
para entender as declarações, é preciso compreender observações paradoxais,
estimulando o pensamento abstrato e a capacidade criativa.
(Da redação)
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