Os Sete
Mundos Espirituais
Curiosamente, muitos povos
meio primitivos sabiam mais dos Planos Cósmicos, Universos Dimensionais ou
Mundos Invisíveis do que a orgulhosa Ciência contemporânea, que deles nada sabe
ainda, oficialmente, com real propriedade. Diante destas verdades, dos sete ou
nove Céus, que até a mais genuína Sabedoria confirma “de visu” (“visto com os
próprios olhos”… clarividentes, porque os verdadeiros Sábios, em geral,
tornaram-se poderosos clarividentes dos Mundos Celestiais) ou que a mais
elevada Tradição sagrada do mundo consagra, o conhecimento académico torna-se
bem linear, empírico e deficitário.
Conforme se pode ler na
Diciopédia 2010, da Porto Editora: «O Céu pode ainda ser subdividido em muitos
céus, sete ou nove, o que acontece tanto no budismo como no islamismo e em
muitas filosofias orientais e ocidentais. Também os povos pré-colombianos do
actual México acreditavam na existência de nove céus representados nos degraus
das suas pirâmides e igual número de mundos inferiores… Em África, existem
etnias que defendem a existência de sete céus onde habitam deuses, génios, as
almas dos homens e dos animais».
(Céu. In Diciopédia 2010
[DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2009. ISBN: 978-972-0-65265-2)
Eis alguns apontamentos do
livro: «A Vida Além da Morte», a ser publicado brevemente:
Com propriedade afirmaríamos:
«O Céu é uma imensa caixa de ressonância mágica, no Espaço macrocósmico, de
todos os ecos das almas puras, provindos da Terra para o infinito do espaço
cósmico». É frequente falar-se no Plano Astral ao se mencionar o Outro Mundo,
para onde iremos viver após a morte. Muitos se esquecem ou não sabem que também
existem outros Planos Cósmicos ou Mundos espirituais superiores, alguns deles
muito além do Plano Astral, Mundos de Glória e de Bem-aventurança completamente
inefáveis, indescritíveis para as concepções vulgares do pensamento elementar
dos homens, em geral.
O Mundo Astral é apenas o
Plano dimensional que vem a seguir ao mundo físico, Mundo, aliás, também
pertencente aos animais, pois estes também têm aí a sua existência após a
morte. Os animais não são máquinas vivas. Negar a alma aos animais é negar o
seu amor (sentimentos) e a sua inteligência (pensamentos) que, às vezes, nos
maravilham. Porém, acima do Plano Astral há muitos outros Mundos Espirituais de
Existência, que passaremos a considerar a seguir. Cristo ensinava, sabiamente:
«Na Casa do meu Pai há muitas Moradas!». Também Mahatma Gandhi, estadista
indiano, na sua pura e luminosa intuição, dizia: «Na casa de Deus há muitas
residências, e todas elas são igualmente sagradas!».
Especifiquemos melhor o
Esquema septenário dos Mundos Espirituais. Temos falado no Plano Astral e
aludimos também a outros Mundos superiores que estão além do Astral. A
Natureza, em todo o seu contexto visível e invisível é um vasto “teclado
cósmico” de faixas de frequência de forças múltiplas, organizadas
septenariamente num Esquema Criacional de 7 Mundos Espirituais. Estes são
apenas os 7 Planos cósmicos do 7.º Nível da Natureza — e o mais baixo, conjunto
que, com mais 6 Níveis, configuram os 7 Planos macrocósmicos, numa complexidade
fantástica que não cabe nem de leve nas dimensões e nos propósitos destes
apontamentos superficiais.
Na Verdade a Natureza foi
criada pelo Ser Divino numa estrutura de 7 Planos Macrocósmicos, estando cada
um deles, à semelhança do Plano Astral, subdividido em 7 Subplanos ou 7 níveis
menores de Forças que constituem, cada um também, um Mundo ou dimensão de vida
para muitos seres diversos que habitam esses planos. Cada um desses Subplanos
macrocósmicos constitui aquilo que é denominado geralmente, em esoterismo, de
um «Plano Cósmico» ou Mundo Espiritual, da linguagem vulgar. Cada um destes,
por sua vez, também está subdividido em 7 Regiões distintas, constituindo, cada
uma delas, um verdadeiro Mundo ou “habitat” de várias formas vida de seres que
nele habitam e evoluem.
Podemos comparar, por
correlação, os 7 Planos Cósmicos desse “teclado de forças” da Natureza, desse
espectro vibratório e substancial septenário de todo o Cosmos, como se fossem
oitavas de um órgão ou piano, em escalas septenárias cada vez mais elevadas (no
teclado: do Dó ao Si, retornando aos Dós em oitavas superiores), à medida que
nos aproximamos da Essência Divina, e cada vez mais baixas na medida em que nos
aproximamos da matéria densa — Essência Divina e matéria física que são os
extremos do “espectro” de substâncias ou hipóstases de toda a Natureza, dos
mundos invisíveis ao mundo visível.
Poderemos referir,
sinteticamente, os Sete Mundos Espirituais:
1.º ) Plano Divino
(“Mahaparanirvânico”) — Mundo da Consciência primordial e unitária do Logos
Solar (embora a Sua Consciência vá até outros níveis), que é Deus deste Sistema
estelar (Sol e Planetas) ao qual pertencemos, sendo este Plano o mais elevado e
puro, o Mundo da Unidade básica da criação do Sistema Solar, em estado de
Essência primeira de Deus, imanifesta, como Espírito Solar (ou Sol Espiritual),
antes de se manifestar para baixo, por involução existencial, na criação do
Sistema respectivo.
2.º ) Plano Monádico
(“Paranirvânico”) — Mundo das consciências colectivas, denominadas «Mónadas»,
no Esoterismo, que são uma espécie de Espíritos-grupos (à semelhança dos
animais que pertencem a almas-grupo), que unificam as Consciências dos
Espíritos arcangélicos (após estes terem chegado à máxima perfeição, no seu
nível) em Logos Planetários. É o Mundo da Santíssima Trindade primordial, em
potencial, não manifestada, em estado essencial, antes de toda a
existencialização da Vida.
3.º ) Plano Espiritual (Átmico
ou “Nirvânico”) — Mundo dos Arcanjos, que são «Anjos perfeitos» (“arqui-Anjos”,
Anjos antigos: de “arch” ou “arkh”, primordial, principal, e “ággelos”, anjo,
mensageiro), e do Nirvana, Reino Celestial da Bem-aventurança e da Consciência
beatífica da Unidade Divina, do Logos Solar, em relação a toda a vida expressa
no seu Sistema; este é o Mundo do Princípio «Vontade» ou átmico e do Atributo
«Poder» — Criatividade —(«Pai», da Santíssima Trindade do Espírito ou
“Trimurti”), da manifestação primordial da vida existencial.
4.º ) Plano Intuicional
(Búdico ou Angélico) — Mundo dos Anjos, Seres supra-humanos, Mestres perfeitos,
de origens muito antigas. É o Mundo tipicamente do Princípio «Intuição» e do
atributo «Amor» crístico («Filho», da Santíssima Trindade); das noções
profundas da Moral cósmica, da Ética transcendente, do Imaculado Coração, do
Cristo Interno ou Santo-Ser-Crístico, imanente nas profundezas espirituais de
cada Ser humano, manifestando-se no Amor universal e incondicional do Coração
(pelo chacra cardíaco).
5.º ) Plano Mental (Manásico)
— Está dividido em duas Regiões fundamentais: a Região mental abstracta ou
causal, que é o Mundo celestial ou Céu superior, do Princípio «Razão» («Espírito
Santo») e do atributo «Sabedoria», da Individualidade, da Lógica, da
Racionalidade, dos Ideais, da Justiça, do Discernimento e da Sapiência. Este
Plano é constituído também pela Região mental concreta ou inferior (denominada,
pelas religiões, de Céu), Região tipicamente do intelecto, das ideias, dos
pensamentos e dos moldes arquetípicos, os «arquétipos» mentais de todas as
formas.
6.º ) Plano Astral (Psíquico)
—É o Mundo normal das almas-grupo animais, a Esfera dos instintos, o Mundo do
psiquismo: dos desejos, das emoções e dos sentimentos, para onde vamos todos
imediatamente após a morte do corpo. Na sua parte mais baixa, de Trevas densas
e dolorosas, é o Mundo Infernal (Inferno: de trevas e não propriamente de
fogo), Astral Inferior ou Baixo Astral. A parte mais alta, de Luz intensa e
gloriosa, é chamada de Astral Superior, conhecida por «Paraíso», nas religiões.
Também tem uma parte intermédia (Médio Astral), muito semelhante à Terra, onde
há colónias ou cidades astrais lindas e bem organizadas.
7.º ) Plano Físico (Material)
—Dividido em Região Densa (onde habitamos: na esfera dos sólidos, líquidos e
gases) e Região Etérica (Mundo das fadas, gnomos, ninfas, sereias, ondinas,
etc.); o 7.º Plano é o da maior densidade das forças cósmicas, condensadas na estrutura
atómica do mundo físico, por abaixamento vibratório, a partir da energia
primordial do Plano Astral; e é o “palco” grosseiro da nossa evolução
espiritual na matéria, para que nesta descubramos a Perfeição, a nossa Origem
divina, através das experiências das múltiplas etapas evolutivas da
reencarnação.
Para dissipar alguma eventual
dúvida de alguém, que fique indeciso ou baralhado quanto a serem 7 ou 9 os
Mundos, tal como o Ensinamento antigo o afirma, e segundo a citação da
Diciopédia, diremos que não há nenhuma contradição nisso, na medida em que,
conforme referimos, o 5.º Plano, o Mental ou Manásico (da mente), está dividido
em duas Regiões fundamentais bem distintas: a Região mental abstracta (Causal
ou Racional) ou Mundo celestial superior, de tónica informe (“Arúpico”, de
“Arupa” = sem forma) e a Região mental concreta, da mente inferior, ego ou
intelecto (que nos dá a inteligência e o conhecimento), mundo morfogenético
(“rúpico”, de “rupa” = forma) onde os arquétipos ou moldes de tudo o que existe
aqui são criados pelas forças mentais.
De modo análogo, o Plano
Físico está dividido em duas Regiões ou Mundos distintos: a Região densa, de
sólidos, líquidos e gases, onde habitamos, e a Região etérica (plásmica), com
quatro níveis ou Subplanos, que é o mundo dos elementais: fadas, gnomos,
ninfas, sereias, ondinas, etc. E ambos se interpenetram e coexistem no mesmo
espaço, sem que nos apercebamos a não ser do mundo mais denso, em que vivemos,
frequentemente iludidos, pensando, às vezes, que a vida apenas se processa
nesta esfera da matéria mais densa. Por conseguinte, diante destas realidades
dos Planos Cósmicos, os antigos Sábios lá tinham a sua razão para falarem em 9
Mundos também, em vez de apenas 7.
Note-se que, acima destes 7
Planos Cósmicos ou Mundos espirituais, há ainda outros 7 Planos vibratórios,
pertencentes a outro Plano macrocósmico mais elevado, em termos vibratórios.
Acima deste há ainda outro Plano dimensional macrocósmico, também com 7 Níveis
vibratórios ou faixas electromagnéticas de vibrações múltiplas. E assim
sucessivamente, em 7 Planos Macrocósmicos, até se chegar à Consciência do
Supremo Ser Divino de toda a Natureza: DEUS Absoluto, DEUS eterno, DEUS
infinito: a Consciência Una e Total de todo o Universo manifestado.
Como se vê, acima do Mundo
Astral, que temos vindo a descrever existem muitos mais Planos Cósmicos de
existência, Universos paralelos, Dimensões vibratórias ou Mundos espirituais
cada vez mais elevados, e de forças mais subtis, onde habitam muitos seres de
hierarquias muito diversas, Anjos e Arcanjos, em muitas categorias evolutivas,
que habitam e evoluem nesses níveis superiores, dedicando-se a actividades tão
sublimes, tão variadas e tão complexas, de que os homens dificilmente sonham:
especialmente na criatividade cósmica, em “jogos” mágicos e gloriosos de luz,
cor e música. Não será a mesma coisa, revelada — digamos!… — na intuição do
Coração da fadista portuguesa Amália Rodrigues, quando, no fado «Perfeito
Coração», fala dos «Sete Mares», por onde anda o «português andarilho»?… Talvez
o Preste João… que veio das Índias… Quem Sabe?…
Todo o mundo antigo da
Sabedoria falou desses 7 Planos Cósmicos, desde a Escola Neoplatónica de
Alexandria, onde Plotino, por exemplo, ensinava a existência das 7 Hipóstases
cósmicas ou 7 Substâncias que compõem os 7 Mundos dos Impérios Cósmicos, dos
Mundos Invisíveis. A Sabedoria teosófica dos hindus há milénios que ensina a
existência dos “Sapta Samudra” (do Sânscrito), ou os “Sete Oceanos”… do
Espírito, conhecidos, também, no budismo esotérico e na Doutrina teosófica por
“Sapta Lokas” (literalmente: Sete Mundos) .
− Diz-nos o Glossário
Teosófico (de H. P. Blavatsky), neste verbete:
Escala — Há numerosas
“escalas” nos diagramas e filosofias místicas, as quais eram e algumas são
ainda empregadas nos respectivos mistérios de várias nações. A Escala
Brahmânica simboliza os sete Mundos (ou Sapta-Loka); a Escala Cabalística, os
sete Sephiroth inferiores; a Escala de Jacob é mencionada na Bíblia; a Escala
Mitraica é também a “Escala Misteriosa”. Em seguida há as Escalas rosacruz,
escandinava, a de Bor-sippa, etc. e, por último, a Escala Teológica, que,
segundo o irmão Kenneth Mackenzie, é constituída pelas quatro virtudes cardeais
e as três teologais.
Muitas alusões a estas
Hierarquias bem como aos seres desencarnados estão claramente patentes nos
textos bíblicos, em prodigalidade. Numa dessas passagens, pode ler-se, na 13.ª
carta de S. Paulo aos Hebreus:
HEBREUS 13
E tão terrível era a visão,
que Moisés disse: Estou todo aterrorizado e trémulo. 22 Mas tendes chegado ao
Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a miríades de
Anjos; 23 à universal assembleia e igreja dos primogénitos inscritos nos céus,
e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados;
As religiões organizadas,
lentígradas de raciocínio filosófico, tardígradas de raciocínio científico e
tardívagas de raciocínio místico (com todo o respeito que lhes temos, no
entanto), nunca compreenderam nada desses Mundos Espirituais, porque não se
deram ao trabalho de perceber o contexto vibratório, electromagnético, e não
espacial, desses Planos existenciais, que configuram, verdadeiramente, a
Natureza, por dentro, em Mundos ocultos ou Planos dimensionais, constituídos de
realidades substanciais múltiplas, que se interpenetram todos uns aos outros.
Por conseguinte, todos esses
Planos Cósmicos coexistem simultaneamente, no mesmo espaço (mas em dimensionais
espaciais diversas), interpenetrando-se uns aos outros e distinguindo-se
basicamente pelas diferenças específicas das frequências vibratórias das forças
componentes das suas substâncias, à semelhança das ondas de rádio que, ocupando
o mesmo espaço, não se chocam nem interferem facilmente nem anulam, devido ao
facto de vibrarem em faixas de frequência muito diversas, ou seja, vibrando em
cadeias de ondas de comprimentos diferentes.
No Plano Mental, o Mundo
celestial, vibratoriamente superior ao Plano Astral, em luz, em felicidade e em
glória, a vida é ainda mais altaneira e sublime, mais realista e gloriosa do
que no Astral Superior, o Mundo paradisíaco, porquanto o grau de luz divina, de
comunhão de Amor das almas e de percepção da presença Divina (em forma de Luz
oceânica, de Amor cósmico e de Bem-aventurança inefável) são muito superiores
às que se experimentam no Plano Astral, pois as energias nesse nível são mais
dinâmicas, mais refinadas, mais subtis, mais leves, mais transparentes, mais
luminosas e mais puras do que as do Mundo Astral, levando a que, no Céu Mental,
tudo seja Pureza, Paz, Amor, Felicidade e Glória…
Quem quiser fazer uma pálida
ideia da beleza transcendente desses Mundos gloriosos superiores, especialmente
do Mental Abstracto, o Mundo mais transcendente e glorioso em que é possível a
Consciência humana “penetrar” consciente (plenamente conscientes, só os
Discípulos e Mestres da Sabedoria sagrada), pode pegar num computador e começar
a ver alguns “screensavers”, especificamente mais parecidos com os do tipo que
o “Winamp”, por exemplo, nos apresenta (dentro do programa, digitar Ctrl+K para
ver) ou mesmo no “Windows Media Player”, da Microsoft, na secção “Alquimia”, da
opção dos efeitos visuais ou “Visualizations” e do menu “View”: (View /
Visualizations / Alchemy).
Relativamente ao Plano Astral,
para onde vamos todos imediatamente após a morte do corpo biológico, as três
primeiras Regiões, Faixas ou Subplanos (1.º, 2.º e 3.º Subplanos) constituem
aquilo que se tem designado, frequentemente, de «primeiro Céu» ou «Paraíso». As
duas últimas (6.º e 7.º Subplanos), são as mais baixas, isto é, os Mundos infernais
ou Inferno, da designação genérica do povo e do catolicismo, designados, pela
Sabedoria, mais propriamente «Astral Inferior» ou «Baixo Astral», na
terminologia da generalidade dos espiritualistas. Os gregos chamavam-lhe o
“Hades” e os egípcios “Akar”.
Os egípcios chamavam “Amenti”
à morada do Deus Amén ou Amoun, também denominado de “Reino de Osíris”, que
estava dividido em 14 partes, cada uma correspondente à vida “post-mortem” dos
desencarnados. Numa destas subdivisões encontra-se a “Terra Tenebrosa” ou
“Terra dos Espíritos ou Sombras”, e a “Casa sem Porta”. Os gregos chamavam-lhe
“Hades” e os hebreus o “Sheol”, o “Kama Loka” dos budistas e teósofos, etc.
Também se dizia, entre os egípcios, que a pior de todas as salas é a «Sala das
Trevas e Sono Eternos». Segundo Lepsius, os falecidos estão, aí, tão
inconscientes que dormem em formas “incorruptíveis”, sem despertarem
facilmente, nem para verem a família, num estado de verdadeiro torpor
consciencial.
E esses conceitos e essas
realidades não são apenas fantasias, de modo nenhum. Quando divulgarmos, daqui
a alguns meses, o livro «A Vida Além da Morte», quem o ler (em 2 Volumes bem
espessos) compreenderá melhor tudo isto. Foram também os egípcios que
denominaram, igualmente, essa mansão a do «Deus Totalmente Morto», que
significava a ausência da Luz divina da Consciência do Eu Superior,
enclausurado num corpo astral denso, rígido e estratificado pela perversidade
do mal, em que o desencarnado viveu na Terra. Diziam que este deus é «Decreto
kármico». E, de facto, assim é, pois as consequências cármicas da gravidade dos
actos perversos cometidos a esse estado o levaram.
Para a Sabedoria dos egípcios
também havia a «Terra do Silêncio», a mansão dos que morreram em estado elevado
de ateísmo e incredulidade, ou dos que morrem de acidente, antes do fim
predeterminado da sua vida (que também podem ficar inconscientes por uns
tempos, de facto). E esses lugares infernais, segundo as mesmas concepções,
também são os lugares destinados àqueles que morrem no umbral de “Avitchi”
(literalmente: «Inferno não interrompido» dos “sem alma” ou “desalmados” na
maldade, sem acesso ao Eu Superior, que, desse modo, não podem subir facilmente
ao “Amenti” (Céu).
Essas Regiões infernais são,
de facto, horríveis mundos (melhor ficaria dizer: submundos) de Trevas tanto
mais densas, sombrias e lúgubres quanto mais se desce às frequências mais
baixas das energias letárgicas, envenenadas e deletérias do submundo degradado
da Região mais baixa da 7.ª Esfera astralina, que está quase em contacto com a
matéria densa, em termos vibratórios, devido à profunda degradação e
intoxicação maximamente cumulativa das energias dessas zonas, atingindo o nadir
da instintividade primária, herança ainda muito fixada no Subconsciente da
Mãe-Terra, oriunda do passado mais primitivo e mais bestial da Humanidade, e
configurada em supina maldade e no supremo horror, impossíveis e
impressionantes de descrever por palavras humanas.
Na Zona mais baixa dessa 7.ª
Esfera as trevas são tão densas e angustiantes e, para os infelizes que lá
entram, o tempo arrasta-se tão penosamente, nesses abismos de supina dor, que
os que lá caem têm a sensação dolorosa de que estão condenados eternamente. Há
espiritualistas que designam a parte mais baixa deste nível, no limiar do mundo
físico, por 8.ª Esfera, mundo de sofrimentos mil, e de fealdade e maldade
inomináveis e até perigosas de descrever, do qual a Humanidade, em geral, ainda
não pode saber nada de mais profundo. Ai dos perversos! Ai dos completamente
decaídos na moral! Ai dos que negaram, profundamente, o Amor ao próximo e o
Amor a Deus! Nem sabem o que os espera nesses mundos tenebrosos de supremo
horror, de loucuras sádicas e de sofrimentos dementores!…
A 5.ª Região ou Subplano deste
Plano Cósmico já pertence ao Médio Astral, e é um lugar (mais vibratório do que
espacial, relativamente a nós) muito semelhante à Terra física, onde existem
muitas colónias ou cidades astrais, jardins soberbos e paisagens de sonho. A
esta Região às vezes chamam, nas religiões, o purgatório (da etimologia latina,
“purgatorium/i”: «lugar de purificação») A quarta região é uma zona bastante
neutra e transição para os Planos superiores, que às vezes é designada por
limbo, pelas religiões, de paisagens fabulosas e possuindo comunidades lindas e
harmoniosas vivendo cada vez mais ao ar livre, à medida que se sobe
vibratoriamente para regiões superiores.
Nessa Região do Mundo Astral
diz-se que repousam temporariamente as almas de alguns justos, que foram ainda
um pouco pecadores na Terra, com os seus desejos insatisfeitos e as suas
emoções desequilibradas ou os apáticos da vida, indiferentes que nunca se
interessaram por nada de elevado, enquanto vivos no mundo, sofrendo a ausência
de motivações, e os apegados à matéria, embora não fossem más pessoas. Essa
zona é também um lugar feliz para as crianças falecidas que, em educandários
infantis, expressam com muita felicidade as suas cândidas brincadeiras.
De acordo com Max Heindel, o
autor da magistral obra Rosacruz «O Conceito Rosacruz do Cosmos», o mundo
astral é composto por sete níveis ou regiões, formadas por substâncias
(energias), cada vez mais subtis, à medida que nos elevamos nas suas Esferas.
Começando pelo mais denso, esses níveis são denominados assim:
1. Região das Paixões e
desejos vis. 2. Região da Impressionabilidade. 3. Região dos Sonhos. 4. Região
dos Sentimentos. 5. Região da Vida da Alma. 6. Região da Luz da Alma. 7. Região
do Poder da Alma.
A alusão a esses Planos
Cósmicos ou Mundos Espirituais foi uma constante de todos os povos da Terra, de
modo mais ou menos especificado e hierarquizado, segundo o conhecimento
intrínseco, esotérico de que esses povos eram detentores. Entre a Sabedoria
multimilenária dos egípcios já eram considerados os vários corpos do Homem:
khat, bah, khaba, kha, Sab, Putah e Atmú, e vários Mundos da vida no Além.
Também a Filosofia esotérica da Índia os distinguia muito claramente e com uma
precisão meticulosa, nos meandros do budismo profundo, do hinduísmo secreto ou
do lamaísmo oculto do Tibete, por exemplo.
Veja-se que até o psiquiatra
Brian L. Weiss, mesmo sem profundos conhecimentos sobre Esoterismo, certamente,
na mesma obra já citada anteriormente, «Muitas Vidas, Muitos Mestres»,
atreveu-se a escrever o seguinte, sem vacilar com medos ou preconceitos, mesmo
diante da comunidade científica e médico-psiquiátrica: «Há sete Planos… sete
Planos através dos quais devemos pas sar antes de regressarmos. Um deles é o
plano de transição. Nesse plano temos que esperar. Nesse plano é determinado o
que é que devemos levar connosco para a vida seguinte!»…
Mas, para os mais exigentes na
investigação destes mistérios, entreguemos a palavra aos mais entendidos no
assunto, como Helena Petrovna Blavatsky, referindo o termo “Loka” (significando
«Mundo» ou «Plano»), como está num verbete do Glossário Teosófico:
Loka (Sânsc.) – Uma região ou
um lugar circunscrito. Em metafísica, é um Mundo, Esfera ou Plano. Os Purânas
da índia falam várias vezes de sete e catorze Lokas, acima e abaixo de nossa
Terra; de Céus e Infernos. A classificação geral exotérica, ortodoxa e tântrica
dos Lokas é a seguinte:
1.º ) Bhûrloka: o mundo
terrestre, a Terra em que vivemos. 2.º ) Bhuvarloka: a região intermediária, ou
seja, o espaço compreendido entre a Terra e o Sol, a região dos Siddhas, Munis,
Yogis, etc. 3.º ) Svar-loka ou Svarga-lpka: o Céu ou Paraíso de Indra, entre o
Sol e a Estrela Polar; o Mundo Celestial. 4.º ) Mahar-loka: a mansão de Bhrigu
e outros santos, que se supõe são coexistentes com Brahma. 5.º ) Jana ou
Janar-loka: o mundo em que, segundo se supõe, moram os munis (santos), após a
morte do corpo, e também os Kumaras, que não pertencem a este plano: Sanaka,
Sânanda e Santkumâra 6.º )Tapar-loka: a Região Celeste onde residem as
divindades chamadas de Vairâjas 7.º ) Satya-loka ou Brahmâ-loka: a Mansão de
Brahmâ e dos nirvanis.
Além destes sete Lokas
divinos, há os sete Lokas infernais (ou terrestres), que são, enumerando-os do
mais inferior ao mais elevado:
1.º ) Pâtâla (tanto designa a
nossa Terra física como o Inferno (Baixo Astral); 2.º ) Mahâtala; 3.º )
Rasâtala; 4.º ) Talâtala (ou Karatala); 5.º ) Sutala; 6.º ) Vitala; e 7.º )
Atala.
E Blavatsky continua, na mesma
obra, acerca desses Planos Cósmicos:
A classificação dos Sânkhyas e
de alguns vedantinos é a seguinte: 1.º ) Brahma-loka, o mundo das divindades
superiores 2.º ) Pitri-loka, aquele dos Pitris (Antepassados), Richis (Sábios)
e Prajâpatis (Criadores) 3.º ) Soma-loka, o do deus Soma (a Lua) e dos Pitris
(Pais) lunares 4.º ) Indra-loka, o das divindades inferiores 5.º )
Gandharvaloka, o dos espíritos celestes 6.º ) Râkchasa-loka, o dos Râkchasas
7.º ) Yakcha-lo-ka, aquele dos Yakchas 8.º ) Pizâcha-loka, aquele dos demónios
e espíritos malignos.
* Notas:
Segundo o Glossário Teosófico
(H. P. Blavatsky):
1.º ) Râkchasas: Literalmente:
“comedores de carne (crua)” e, segundo a superstição popular, são maus
espíritos, demónios. Esotericamente, contudo, são os “gibborim” (gigantes) da
Bíblia, a quarta raça dos Atlantes. Os Râkchasas, exotericamente, são gi
gantes, titãs, espíritos inimigos dos deuses; são demónios, génios ou espíritos
malignos dotados de grande poder; atormentam a Humanidade com todo tipo de mal;
frequentam os cemitérios, comem carne crua, estorvam ou perturbam os
sacrifícios e mudam de forma à vontade. São os ogres ou antropófagos da índia,
associados com os yakchas (ver esta palavra), geralmente, porém são inferiores
a estes…
2.º ) Yakchas: Os “Yakchas”
são demónios (elementais), geralmente considerados como inofensivos e chamados
“Punyajanas” ou “boa gente”… Porém, algumas vezes, aparecem como génios ou
diabinhos malignos. Os Yakshas costumam ser mencionados no Bhagavad-Gitâ juntamente
com os Râkchasas, porém estes últimos são de categoria inferior à dos primeiros.
Segundo a classificação da
Filosofia vedanta, a mais aproximada da concepção esotérica, exposta por
Blavatsky, «Cada Loka corresponde esotericamente às Hierarquias cósmicas ou de
Dhyân-Chohans, aos Tattvas, aos diversos estados de consciência humana e suas
subdivisões (quarenta e nove) etc. Esta classificação, contando-se do superior
ao inferior, é a seguinte:
1.º ) Atala, “lugar nenhum”
(de a, prefixo de negação, e tala, lugar, condição ou estado); condição ou
localidade átmica ou áurea, de potencialidade plena, porém de não actividade;
emana directamente do Absoluto e corresponde à Hierarquia dos Seres primitivos,
não substanciais, dos Dhyâni-Buddhas, num lugar que não é lugar (para nós), num
estado que não é estado, no Parasamâdhi, no qual nenhum progresso é possível.
2.º ) Vitala: corresponde à
Hierarquia dos Buddhas celestes ou Bodhisattvas e se refere ao Samâdhi ou
consciência búdica do homem; em tal estado o ser sente-se unificado com o
Universo.
3.º ) Sutala: corresponde à
Hierarquia dos Kumaras, Agnichvattas, etc. e está relacionado, na Terra, com o
Manas superior e, portanto, com o Som, o Logos, nosso Ego superior e também com
os Buddhas humanos ou encarnados. É o terceiro estado do Samâdhi.
4.º ) Karatala (ou Talâtala):
corresponde às Hierarquias de etéreos, semi-objectivos Dhyân Chohans da matéria
astral do Mânasa-Manas ou puro raio de Manas, que é o Manas inferior antes de
se misturar com Kama. Estes seres são chamados Sparza-devas ou devas dotados de
tacto, por estar este loka relacionado com tal sentido.
5.º ) Rasâtala ou Rúpatala:
corresponde às Hierarquias de Rãpa-devas ou devas dotados de forma e também de
visão, audição e tacto. São as entidades Kâma-manásicas e os elementais
superiores (Silfos e Ondinas dos rosacruzes). Na Terra corresponde a um estado
artificial de consciência, como aquele produzido pelo hipnotismo ou substâncias
exóticas (morfina, etc.).
6.º ) Mahâtala: corresponde às
Hierarquias de devas dotados de paladar e inclui um estado de consciência que
compreende os cinco sentidos inferiores e as emanações da vida e do ser. Está
relacionado com Kama e com o Prana no homem e com os Gnomos e as Salamandras na
Natureza.
7.º ) Pâtâla: corresponde às
Hierarquias de devas dotados de olfato (gandha), ao mundo inferior ou Myalba
(ver). E a esfera dos animais irracionais, que não têm outro sentido senão o da
própria conservação e satisfação dos sentidos, assim como dos seres humanos
extremamente egoístas, dos dugpas animais, elementais de animais e espíritos da
Natureza. É o estado terrestre e está relacionado com o olfacto. (Doutrina
Secreta, III, 564 etc.) A palavra Loka significa: mundo, Terra, Universo,
lugar, região, plano, esfera de existência; mansão, céu, paraíso; gente,
geração, Humanidade, multidão, comunidade; prática comum. E, como adjectivo:
luminoso, claro, visível. (Ver Troilokya ou Trilokya).
Embora o primeiro termo,
“Pâtâla” tenha vários contextos, nas acepções originais do sânscrito, vamos
limitar-nos a considerá-la apenas como Inferno (lugar inferior, do latim) ou
Astral Inferior.
Ainda no Glossário Teosófico
(H. P. Blavatsky):
Pâtâla (Sânsc.) — O mundo
inferior; os antípodas; daí, segundo a superstição popular, as regiões
infernais e, filosoficamente, as duas Américas, que são antípodas da índia.
Também significa o Pólo Sul, por ser oposto ao Meru ou Pólo Norte. (Segundo os
Puranas, é preciso estabelecer uma distinção entre o Naraka (ver) e o Pâtâla. O
primeiro é o lugar de castigo para os mortais, enquanto que o segundo é a
região infraterrestre habitada por nâgas, daityas, danavas, yakchas e demais
seres que formam a “oposição” do Panteão hindu.
Há sete regiões desta espécie,
situadas uma debaixo da outra e cujos nomes e ordem de enumeração variam
segundo os diversos Puranas que tratam deste assunto. Segundo o Padma-Purâna,
tais regiões são: Atala, Vitala, Sutala, Talâtala (ou Ka-ratala), Mahâtala,
Rasâtala e Pâtâla, este propriamente a região mais inferior. Segundo o
Vishnu-Purâna, são: Atala, Vitala, Nitala, Mahâtala, Sutala e Pâtâla. (Ver
Lokas.) Conta-se que o sábio Nârada, assim como Orfeu, visitou estas regiões
infernais… O Pâtâla propriamente dito é uma das sete regiões do mundo inferior
e nela reina Vâsuki, o grande deus-serpente, sobre os nâgas.
Este “abismo” tem, na
simbologia oriental, o mesmo significado múltiplo encontrado por Ralston
Skinner na palavra hebraica shiac, em sua aplicação ao caso presente. Em certo
sentido, o Pâtâla era um abismo, uma tumba, o local da morte e porta do Hades
ou Sheol (inferno hebreu)… O simples facto de Vâsuki, a divindade que reina no
Pâtâla, ser representado no Panteão hindu como o grande Nâga (Serpente), que
foi utilizado pelos deuses e asuras como uma corda ao redor do monte Mandara
(ver), quando batiam o oceano para extrair o amrita, água da imortalidade,
relaciona-o directamente com a Iniciação. (Doutrina Secreta, II, 289-290).
Também nesse magnífico manual
teosófico se pode ler:
Divisão Brahmânica dos Mundos;
Divisão Búdica das Regiões:
Divisão Brahmânica dos Mundos
1. Bhur, terra 2. Bhuvah, céu,
firmamento 3. Svar, atmosfera, o céu 4. Mahar, essência luminosa eterna
Divisão Búdica das Regiões
1 ) O mundo de desejo,
Kâmadhâtu ou Kâmaloka 2 ) O mundo da forma, Rûpadhâtu 3 ) O mundo sem forma,
Arûpadhâtu
Todos estes são mundos dos
estados post mortem. Por exemplo, Kâmaloka ou Kâ-madhâtu, a região de Mara, é
aquele que os cabalistas medievais e modernos denominam “Mundo da luz astral’ e
“Mundo de cascas”. O Kâmaloka, como qualquer outra região, tem sete divisões, a
inferior começando sobre a terra ou, invisivelmente, em sua atmosfera; as seis
restantes sobem gradualmente, sendo a superior a mansão daqueles que morrem
devido a um acidente ou suicídio decorrente de loucura passageira ou que foram
vítimas de forças exteriores.
É o lugar onde todos aqueles
que morreram antes do término assinalado para eles e cujos princípios
superiores, portanto, não vão em seguida para o estado Devachânico, dormem um
doce sono de esquecimento sem sonhos, ao fim do qual ou renascem imediatamente
ou passam, por graus, para o estado devachânico. Rûpa-dhâtu é o mundo celestial
de forma ou aquilo que chamamos de Devachan.
Entre os Iniciados brahmanes,
chineses e outros budistas, o Rûpadhâtu divide-se em dezoito Brahma ou
Deva-lokas; a vida de uma alma dura ali desde meio yuga até 16.000 yugas ou
Kalpas e a estátua das “sombras” varia de meio yojana até 16.000 yojanas (cada
yojana medindo de cinco e meia a dez milhas!). Desatinos teológicos como este
foram, pode crer, produzidos por cérebros sacerdotais. Porém a filosofia
esotérica ensina que, embora para os Egos, cada um conserve sua forma (como num
sonho), como Rûpadhâtu, contudo é uma região puramente mental e um estado, os
próprios Egos não possuem forma fora de sua própria consciência.
O Esoterismo divide esta
“região” em sete Dhyânas, “regiões” ou estados de contemplação, que não são
localidades, mas representações mentais das mes mas. Arúpadhâtu: esta “região”
divide-se em sete Dhyânas, ainda mais abstractas e sem forma, porque este
“Mundo” carece de toda forma ou desejo, qualquer que seja este.
É a região mais elevada do
Trailokya depois da morte; e como é a mansão daqueles que se encontram quase
dispostos para o Nirvana e é, na realidade, o verdadeiro umbral do estado
nirvânico, é lógico que no Arúpadhâtu (ou Arúpavachara) não pode haver forma
nem sensação nem sentimento algum relacionado com nosso Universo de três
dimensões. (Ver Lokatraya)».
P A Z P R O F U N D A ! . . .
P. A. I. − Paz, Amor,
Iluminação!
Prof. M. M. M. Astrophyl *(U m
Sábio de Portugal)
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