WSL usa "boia inteligente" com sonar contra tubarões na etapa de J-Bay

WSL usa "boia inteligente" com sonar contra tubarões na etapa de J-Bay

Sistema de Mitigação de Tubarões de Perth, apoiado pelo australiano Taj Burrow, usa objeto flutuante para detectar presença de predadores através de "impressão digital"

Por GloboEsporte.comRio de Janeir

Veja o vídeo Reportagem: http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/06/wsl-testa-boia-inteligente-com-sonar-contra-tubaroes-na-etapa-de-j-bay.html

O ataque de tubarão a Mick Fanning na final da etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul, ligou o alerta sobre o perigo aos quais estão submetidos os tops da elite e levou a Liga Mundial de Surfe (WSL) a adotar uma série de medidas de segurança (relembre no vídeo). Além de um maior monitoramento das águas com fiscais, câmeras, helicópteros e jet skis com sonares, monitores e luzes, será usada pela primeira vez em J-Bay a "boia inteligente". A tecnologia foi desenvolvida pela empresa australiana Sistemas de Mitigação de Tubarões de Perth (SMS). Segundo a SMS, todos os peixes do oceano têm uma "impressão digital". Assim, o objeto flutuante detecta a presença de tubarões e envia os sinais em uma rede sem fios para uma base na costa.

VÍDEO: Entenda como funciona a "boia flutuante", alternativa para J-Bay

- Estamos muito animados de poder trabalhar com a WSL e de divulgar a nossa tecnologia. Isto vai ajudar a firmar a nossa tecnologia a nível global e mostrar o que ela pode trazer de bom para ajudar os surfistas e a todos que estejam nos mares a estarem em águas seguras - disse Craig Anderson, co-fundador da SMS, ao jornal "The Australian".

"Boia inteligente": através de impressão digital de peixes, sinais detectam tubarões (Foto: Reprodução/Youtube)

A sexta de 11 etapas do Circuito Mundial de 2016, em J-Bay, vista como um dos lugares de maior risco de ataques no Tour, ao lado de outros picos como Margaret River, no Oeste da Austrália, tem a janela aberta de 6 a 17 de julho. Os primeiros testes, realizados em Bondi Beach, nos subúrbios de Sydney, foram aprovados.


Em abril deste ano, nos treinos para Maragret, surfistas como Caio Ibelli, Wiggolly Dantas e Kanoa Igarashi viram um grande tubarão e saíram logo do mar. O susto fez a WSL reforçar a proteção, colocando dois jet skis com sonares no line-up, estratégia que será usada também na África do Sul, ao lado das boias para detectar a presenças de animais e possíveis ameaças.

Momento em que tubarão se aproximou de Mick Fanning na final de J-Bay (Foto: Divulgação / WSL)

- Eu já falei muito sobre o assunto. É muito difícil andar por aí e não pensar em tubarões - disse o surfista recém-aposentado Taj Burrow, que se envolveu recentemente com a SMS, em uma entrevista à revista "West Australian".

- Por uma boa razão. Temos visto muitos tubarões, ataques e esta é uma das principais razões que me levaram a querer me envolver com esta empresa que trabalha na mitigação de tubarões. Eu acredito que a mitigação de tubarões é um caminho mais humano para diminuir os riscos - completou o australiano, referindo-se ao sistema de redes e matança de tubarões.

Todos os 34 atletas do CT votaram pela permanência de J-Bay no calendário, com exceção do paulista Gabriel Medina, campeão mundial em 2014, e do potiguar Jadson André. Como a final do ano passado precisou ser interrompida por conta do ataque, não houve vencedores.

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